Um cidadão identificado por Severiano Tchivinda, de 31 anos de idade, natural do Huambo, foi detido hoje, segunda-feira, em Menongue, sede capital do Cuando Cubango, depois de ter degolado duas jovens em um mês.
O comandante provincial da Polícia Nacional e Delegado do Ministério do Interior no Cuando Cubango, Comissário Domingos Ferreira de Andrade, afirmou tratar-se de um crime repugnante e é o segundo em pouco mais de 30 dias.
Destacou o esforço da PN no encalço do criminoso, tendo admitido que foi necessário um esforço operativo bastante profundo para que fosse encontrado o autor dos crimes, que tem aterrorizado a população.
Sublinhou que o crime não compensa, tendo apelado à população e a sociedade no sentido de se manter tranquila porque a PN continua a exercer a função de vigilância e patrulhamento para garantir a segurança e tranquilidade aos cidadãos.
“ As cabeças foram encontradas na residência do cidadão. O segundo caso ocorreu na madrugada desta segunda-feira e a investigação criminal não poupou esforço e seguindo os indicadores e pistas, chegou até ao autor”, explicou.
Destacou ainda o papel e colaboração da população, no exercício de garantir a tranquilidade e segurança aos cidadãos, apelando-a deste modo no sentido de continuar a colaborar com a corporação, denunciando todos os casos duvidosos e que manifestam intenções de actuar à margem da lei.
Neste último crime, o autor esclareceu que controlou a menina que saía de um local de convívio acompanhada do namorado, tendo afirmado que ao desferir o primeiro golpe com uma catana, o namorado desta pôs-se em fuga em busca de socorro.
O autor confessou o crime, alegando que praticou tal acção porque as mesmas faziam trabalhos de prostituição.
“ Matei no bairro Paz junto a antena da UNITEL, frente a igreja Bom-Deus, porque estavam a fazer prostituição e acompanhei o movimento e depois segui a vítima até ao local da morte”, confessou.
Questionado a razão de manter as cabeças em casa, respondeu: “Fico com as cabeças porque sei que os nossos reis viviam com as cabeças das pessoas nas suas próprias casas. Senão fosse capturado "teria guardado as cabeças na minha casa, porque o dinheiro tem símbolo da cabeça”, garantiu.
Aterrorizada com a situação, Joana Malãvoloneque, vizinha do acusado, informou que no dia 4 de Abril de 2016, viu a cabeça do seu pai ser gravemente ferida, depois de o acusado o ter tentado igualmente decapitar.
“ Queria cortar a cabeça do pai, mas como os rapazes chegaram cedo e o encontraram a praticar o acto, não conseguiu os seus intentos, mas as mazelas no pai ainda continuam”, lamentou.
Contou que naquele dia, o criminoso mascarou-se com um vestido e levava duas facas. Quando eram 18 horas, tentou consumar o acto e no mesmo dia violou uma senhora.
“Não pode voltar mais, queríamos que acabassem com ele (…). É mau, não saúda ninguém, ninguém lhe dá confiança, façam justiça por favor (…) a fama dele de assassino é antiga. No bairro, ele passa a vida a lutar e a bater nos outros”, desabafou a jovem visivelmente consternada.
De acordo com o relato de Maria da Conceição, igualmente vizinha, o acusado foi abandonado pela mulher por causa do seu comportamento agressivo.
Referiu que o homicida não tem amigos no bairro e quem o saúda é respondido com insultos, dizendo que não tem família por isso não quer saber da saudação de ninguém.