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Manifestantes interrompem missa do papa Francisco no Canadá e pedem “o fim da doutrina”

Lei do vaticano do século 15 que autorizada colonizadores a tomar terras de índios ainda é contestada

Manifestantes interrompem missa do papa Francisco no Canadá e pedem “o fim da doutrina”
Foto: REUTERS / Guglielmo Mangiapane

Um grupo de manifestantes interrompeu uma missa realizada pelo papa Francisco em Quebec, Canadá, desenrolando uma faixa com dizeres que pediam “o fim da doutrina”. A doutrina à que se referiam os manifestantes trata de decretos papais em que o vaticano, no século 15, autorizava colonizadores a tomar terras de nativos indígenas em quaisquer lugares que fossem e doutrinassem à força os habitantes locais ao “cristianismo”. A maioria das pessoas presentes na missa eram indígenas. Duas mulheres próximas à primeira fileira se levantaram e ergueram a faixa assim que o papa começou a falar. Em seguida, elas mesmas recolheram a faixa, mas foram levadas para fora da igreja pelo que chamaram de “escolta”.

O motivo da visita do papa ao Canadá é para pedir desculpas pelo papel da igreja no abusivo sistema de colégios internos, que retirou crianças indígenas de suas famílias, forçando-as em um esquema de catequização para que elas aprendessem, desde pequenas, as leis “cristãs” impostas pela igreja de Roma.

A Comissão de Verdade e Reconciliação do Canadá, que foi uma comissão ativa no Canadá de 1º de junho de 2008 a 2015, repudia a doutria. Ela tinha como objetivo documentar a história e os impactos duradouros do sistema de escolas residenciais no Canadá nas crianças e suas famílias. Em 2015, a comissão manifestou repúdio à doutrina, colocando-a em sua lista composta de 94 tópicos de chamadas à ação sobre a reconciliação entre canadenses e povos indígenas.















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