O chamado “pão de vento”, que já era caro, ficou ainda mais difícil de comprar e os Jequieenses terão agora que desembolsar 10 reais ou mais se quiser sair da padaria com 15 pães que pesam entre 30 e 50 gramas. No mês, o custo final para o consumidor ficará entre R$ 200 a R$ 300 reais, um peso esmagador para quem tem de “vender o almoço para comprar a janta”. Esse passou a ser o preço atualizado do pãozinho nas padarias da cidade consideradas “boas”, que, em comparação com as de outros municípios baianos, está bem abaixo da média. Já nas padarias mais inferiores, cuja qualidade do pão deixa muito a desejar, ainda é possível comprar 10 pães com R$ 4 ou R$ 5 reais.
A fome artificial construída nos pilares da covid-19 e da guerra da Rússia contra a Ucrânia tem sido o pretexto perfeito para os campeões da ganância mundial aumentarem os preços dos alimentos e fazer a população implorar por comida. Valendo-se apenas com as migalhas distribuídas por programas “sociais” do governo, como o “bolsa família”, agora “auxílio Brasil”, dezenas de milhões de brasileiros que integram o grupo da população pobre padece no dilema de fazer milagres para pagar pelo básico, como: água, luz e o gás de cozinha e, se sobrar, levar para casa o pão nosso de cada dia.
O pão está, disparadamente, entre os alimentos mais consumidos do mundo. O país que mais consome pão no planeta é a Rússia, com média de consumo de 120 quilos de pão por pessoa, por ano. Isso representa 10 kg de pão por mês, ou 340 gramas de pão por dia. Em segundo lugar vem o Chile, com 93 quilos de pão consumidos por pessoa, por ano. No Brasil, a média de consumo por pessoa é de 34 kg por ano, bem abaixo do que recomenda a OMS, que é de 60 quilos por ano. Isso significa que, com a alta no preço do pão, essa média pode dobrar para baixo, ficando a média de consumo um pouco acima dos 17 kg de pão por ano. No “sovar da massa”, com pães pesando 50 gramas, o brasileiro comerá 340 pães por ano. Isso representa 1 pão por dia, e, em 25 dias do ano, muitos não terão pão para comer.