O cenário da morte de Paulo: perseguição e fé em tempos de Nero
A pergunta como foi a morte de Paulo? leva a um dos momentos mais marcantes da história cristã. O apóstolo Paulo, um dos maiores evangelistas do cristianismo primitivo, morreu executado em Roma, por volta dos anos 64 a 67 d.C., sob o governo do imperador Nero.
Esse foi um período de perseguição severa aos cristãos. Após o incêndio de Roma em 64 d.C., Nero culpou os seguidores de Cristo e iniciou uma verdadeira caçada. Muitos líderes da Igreja foram mortos, incluindo os apóstolos Pedro e Paulo.
Como Paulo foi executado: o processo de decapitação romana
Por ser cidadão romano, Paulo teve o direito de receber uma morte considerada “menos cruel”. Assim, como Paulo foi executado? Ele foi decapitado com espada, uma prática comum para cidadãos do Império Romano que fossem condenados à morte.
A decapitação acontecia fora das muralhas da cidade. No caso de Paulo, a tradição aponta que o local foi a Via Ostiense, nos arredores de Roma. O método envolvia o condenado ajoelhar-se e receber um golpe certeiro do carrasco com uma gladius, espada curta usada pelos romanos.
Segundo a tradição, o golpe foi rápido e preciso. Uma lenda antiga diz que a cabeça de Paulo caiu e saltou três vezes, e em cada ponto teria brotado uma fonte de água. Esse lugar ficou conhecido como "Tre Fontane" (Três Fontes), onde hoje existe uma abadia em sua memória.
Fontes históricas sobre como foi a morte de Paulo
Grande parte do que se sabe sobre como foi a morte de Paulo vem de fontes cristãs antigas, já que os registros romanos oficiais sobre execuções de cristãos nesse período são escassos ou inexistentes.
Eusébio de Cesareia: o historiador da Igreja
A fonte mais antiga e considerada confiável é Eusébio de Cesareia, do século IV. Em sua obra História Eclesiástica, Eusébio afirma que Paulo foi martirizado em Roma, sendo decapitado durante a perseguição promovida por Nero. Embora Eusébio tenha escrito séculos após o ocorrido, ele baseou suas informações em tradições bem preservadas da Igreja primitiva.
Jerônimo e os Pais da Igreja
Outro nome importante é o de Jerônimo, também do século IV, que em sua obra De Viris Illustribus confirma o martírio de Paulo em Roma. Ele diz que o apóstolo foi decapitado no 14º ano de Nero, o que situaria a morte de Paulo por volta do ano 67 d.C. Outros Pais da Igreja, como Clemente de Roma, também fazem menção indireta ao sofrimento de Paulo.
Os Atos de Paulo: um relato tradicional não canônico
Além dessas fontes, há também o relato apócrifo conhecido como Atos de Paulo. Essa obra não faz parte do cânon bíblico, mas descreve em detalhes como teria sido o julgamento e a execução de Paulo. Nela, Paulo é retratado como um homem calmo e sereno, que teria até mesmo orado antes de sua morte e confortado seus executores com palavras de fé.
Embora os Atos de Paulo tenham sido rejeitados como Escritura inspirada, muitos estudiosos veem neles ecos das tradições orais que circulavam entre os cristãos dos primeiros séculos.
Últimos dias de Paulo: solidão, fé e missão cumprida
Durante seus últimos dias, Paulo estava preso em condições muito mais duras do que sua primeira prisão em Roma. Em sua segunda prisão, ele foi mantido em masmorras frias e úmidas, acorrentado como um criminoso comum.
Foi nesse período que ele escreveu sua carta mais pessoal e emocionante: a Segunda Carta a Timóteo. Nela, Paulo mostra consciência de que sua execução se aproximava, mas demonstra paz e confiança:
“Travei a boa luta, terminei a corrida, vivi de acordo com a fé.”
— 2 Timóteo 4:7, TNM 2015
Ele ainda pede a Timóteo que venha vê-lo e traga sua capa, livros e pergaminhos, mostrando que mesmo nos últimos dias, permanecia estudioso, firme na fé e desejando comunhão.
Como foi a morte de Paulo: testemunho de coragem até o fim
A morte de Paulo não foi apenas uma execução. Foi um testemunho final de alguém que viveu e morreu por aquilo em que acreditava. Mesmo abandonado por muitos (2Tm 4:16), ele não murmurou, apenas confiou.
“O Senhor me livrará de todo mal e me levará a salvo para o seu Reino celestial. A ele seja dada a glória para todo o sempre. Amém.”
— 2 Timóteo 4:18, TNM 2015
Esse espírito sereno e fiel marcou não só sua vida, mas também o legado que deixou: mais de uma dúzia de cartas do Novo Testamento e uma teologia que moldou o cristianismo para sempre.
Legado eterno: onde Paulo foi enterrado
O local tradicional de seu túmulo é onde hoje está a Basílica de São Paulo Fora dos Muros, em Roma. Considerado um dos lugares mais sagrados do cristianismo, recebe milhares de peregrinos todos os anos.