Há 25 anos, Silvio Santos criava Tele Sena para salvar SBT da falência
Tele Sena existe desde 1991.
"A tele tele tele sena... eu vou ganhar! na Tele Sena!". Esse jingle fez história nos soteios ministrados por Silvio Santos no SBT?
Em novembro de 1991, há 25 anos, Silvio Santos criava a Tele Sena, vendida pela Liderança Capitalização S/A.
O início dela, no entanto, foi bastante conturbado, e teve que superar várias acusações, como a de que era uma jogatina ilegal "travestido" de título de capitalização.
Em dezembro de 1993, o Jornal do Brasil publicou que a Tele Sena havia conseguido faturar US$ 50 milhões em apenas um ano e meio de operação.
De acordo com a publicação, os custos para oganizar e distribuir os cartões da Tele Sena eram pequenos. Segundo José Carlos Tonin, ex-deputado estadual do PMDB, não havia empreendedorismo mais lucrativo que esse na economia brasileira.
Segundo o ex-deputado em entrevista ao Jornal do Brasil, apenas 5% das Tele Senas eram distribuídas na forma de prêmios.
Em julho de 1997, a revista Veja publicou uma matéria dizendo que a Justiça havia decidido que a Tele Sena era um jogo de loteria. "O óbvio leva uma eternidade para ser descoberto", começava a reportagem.
Cansado de tantas batalhas judiciais envolvendo a Tele Sena, Silvio Santos "apelou" no ano 2000.
Numa carta redigida por ele, a mão, dirigida a desembargadores do Tribunal Regional Federal (TRF) em São Paulo, ele contou que em 1991 criou a Tele Sena para cobrir os prejuízos do SBT, que já não conseguia se sustentar e crescer apenas com publicidades e os lucros do carnê do Baú da Felicidade.
Em matéria do Jornal Folha de S. Paulo naquele ano, o conteúdo da carta foi mostrado, onde Silvio dizia que sem a Tele Sena, de fato, o SBT teria falido, e que o pacote de filmes da Disney e Warner foi viabilizado pela Tele Sena.
"A Tele Sena gerou em oito anos um lucro que está sustentando todas as empresas do grupo, que dão prejuízo em razão dos altos investimentos na própria rede de TV e na abertura de novos negócios", dizia a carta.
A tentativa foi sensibilizar os desembargadores. Silvio também afirmou que a Tele Sena era legal.
Ela ainda enfrentou problemas na Justiça. A Band, em 2006, por exemplo, fez uma série de reportagens contra o SBT, incluindo a Tele Sena.
Na época, os "ataques" foram atribuídos a retirada dos canais pagos do Grupo Bandeirantes da operadora TV Alphaville, do Grupo Silvio Santos.
Apenas em 2007, por decisão unânime, o Superior Tribunal de Justiça reconheceu a legalidade da Tele Sena.
Do preço do título (a edição de Natal custa R$ 10), o comprador pode resgatar metade do valor após um anos com juros e correção.