“No começo era só de vez em quando que a página fechava. Depois começou a dar toques sozinhos. Depois ficou pior, as telas fechavam do nada como se tivesse alguém manipulando meu smartphone remotamente.”
Esse é apenas um dos incontáveis relatos de um mal eletrônico que entrou sem pedir licença na vida de milhões de usuários do Brasil inteiro.
O bug insuportável que tem dado dor de cabeça nos requisitantes do sistema operacional Androide tem atingido níveis cada vez mais alarmantes, elevando o nível de estresse e irritações gratuitas nos consumidores do produto por causa de um problema sem explicação que se tornou rotina no cotidiano de todos que dependem do sistema para executarem tarefas simples, como por exemplo, usar a calculadora. O defeito apelidado de ‘Bug da tela louca’, ou Ghost Touch (Toque fantasma) em inglês, tem sido a companhia mais desagradável de quem depende do smartphone para levar uma vida ‘normal’, já que nos dias atuais é quase impossível passar apenas 1 hora longe do aparelho.
As marcas Motorola e Samsung lideram no topo do ranking das reclamações em todo o país. “Não indico essas marcas pra ninguém”, disse um usuário extremamente decepcionado por ter investido mais de mil reais em um aparelho moderno lançado no final de 2017 por uma das marcas mencionadas. “E o pior de tudo é que ninguém se pronuncia sobre o caso”, disse um entrevistado à nossa reportagem. “Os criadores desse sistema deveriam ouvir as queixas e trabalhar para sanar o problema. Até parece que estão se divertindo com o mal estar dos outros”, concluiu.
Um usuário se ofereceu emprestando o seu aparelho com o defeito para fazermos um teste. Foi horrível. Assim que a tela foi destravada começou uma série de toques esquisitos, abrindo aplicativos, fechando páginas, enviando emotions do facebook e ativando até mesmo o sistema de voz do whatsapp.
Ao que tudo indica, trata-se de um erro de programação aparentemente feito de propósito por alguma razão desconhecida para causar chateações nos usuários do sistema. Para driblar o bug alguns têm recorrido a determinados artifícios, como, por exemplo, aumentar o tempo do brilho da tela associado com outras configurações para amenizar o problema. Mas nem em todos os casos isso funciona.
Mandar o aparelho para a assistência técnica é outro problema. Ás vezes o produto retorna com o mesmo defeito. Em muitos dos casos, o prazo de garantia já expirou, forçando o consumidor a gastar quantias consideráveis em assistências alternativas.
Pelo jeito, a Era do medonho fantasma da tela louca que assombra os usuários do sistema Androide não tem prazo para acabar. Enquanto o socorro não chega, os navegantes dos aparelhos móveis penam com um serviço que, ao invés de solucionar problemas, tem sido a causa de muitos.
Agência Indicatu – SP/BR – 02/06
Reportagem: Silvio Ramos