Um golpe de estado contra o presidente da Rússia, Vladmir Putin, está em andamento e pode chegar ao clímax a qualquer momento. O golpe contra Putin está sendo orquestrado por Evgeny Prigozhin, empresário e fundador do Grupo Wagner, também ex-apoiador de Putin. Prigozhin ganhou destaque internacional nos últimos meses após falas acidificantes e deletérias contra a ditadura de Putin e sua insistência em manter soldados nas frentes de batalhas travadas no território ucraniano desde o início da invasão. Fontes afirmam que mais de 200 mil soldados russos já morreram nos combates até agora. O alto índice de baixas de soldados russos em comparação com as poucas dos exércitos ucranianos foram o estopim para a rebelião de Prigozhin contra as atitudes estúpidas de Putin em sangrar seus jovens em uma guerra sem sentido e estratégia contra a Ucrânia, que recebe apoio incondicional do ocidente para travar a guerra até o fim.
Um alerta foi dado pelo influenciador Strelkov Girkin, ex-ministro da República Popular de Dontesk, para “o perigo iminente de uma revolução”. Strelkov usou sua conta no Telegram, onde tem mais de 800 mil seguidores, para lançar o alerta. “Até o final do verão, a situação política interna do país pode mudar além do reconhecimento”, disse ele, afirmando que a “smuta”, expressão russa usada para definir a turbulência pré-revolucionária, já começou.
Ex-coronel do FSB (Serviço de segurança Federal), Strelkov dialoga pelo Telegram com muitos militares de médio escalão, que estão entre seus seguidores. Importante figura na tomada da Crimeia por Moscou em 2014, ele fala com propriedade sobre os bastidores políticos e sobretudo militares da Rússia.
Para ele, um indício de que o presidente pode ter problemas em breve é o fato de o Wagner Group ter retirado seus homens de Bakhmut, cidade ucraniana recentemente conquistada e entregue às forças armadas regulares. Liberados de combater na Ucrânia, os mercenários poderiam ser usados por Prigozhin no golpe.
“Prigozhin declarou guerra à elite militar e do Estado”, disse Strelkov. “Naturalmente, ele não está sozinho. Se ele estivesse sozinho, teria sido eliminado”, acrescentou o analista.
Quem também enxerga indícios de um motim é Abbas Gallyamov, antigo redator de discursos de Putin e hoje um crítico do regime. Ele diz que o foco da rebelião não é Moscou ou outra grande cidade russa, e sim a região fronteiriça perto da Ucrânia, onde grupos de oposição ao presidente estariam assumindo o poder.
Os recentes ataques de forças ucranianas à cidade russa de Belgorod, que encontraram resposta frágil das tropas russas, seriam um sinal de que a região já está sob controle da oposição. O Corpo Voluntário Russo (RDK, na sigla em russo) e as Legião da Liberdade da Rússia (LSR, na sigla em russo), grupos paramilitares nacionalistas que se opõem a Putin, teriam se aliado a Kiev durante os bombardeios.
“O clima em Belgorod, Voronezh, Bryansk e outras regiões localizadas ao longo da fronteira é provavelmente muito mais oposicionista do que no país como um todo”, disse Gallyamov. “Acho que os residentes da região de Belgorod agora têm a sensação de que Moscou os incitou a uma aventura e os deixou à mercê do destino”.
Segundo Gallyamov, é extremamente improvável que a revolução iniciada nos limites do território russo chegue fisicamente a Moscou. Advertiu, porém, que tal situação criará “uma nova Rússia livre de Putin” e “levará a uma crise política em larga escala na Rússia”. E complementou: “A situação pode evoluir de tal forma que nem será necessário tomar o Kremlin de assalto”.