Governo da Eritreia mata testemunhas de Jeová em prisão subterrânea no deserto de Asmara
Os eritreus são o povo mais triste do mundo
A intolerância religiosa na Eritreia, país localizado no ‘chifre da África’, focou seus atos de repressão e opressão nas testemunhas de Jeová, conhecidas por seu trabalho de evangelização pública e de porta em porta.
As informações são de que pelo menos duas testemunhas de Jeová mantidas presas por dez anos, morreram devido a maus-tratos, tortura, fome e sede às mãos de autoridades truculentas no campo de prisioneiros de Meitir, localizado no deserto ao norte da capital eritreia Asmara.
Os religiosos foram presos subitamente por autoridades, sem mandado de prisão, e levados para o campo de prisioneiros supracitado em Julho de 2008. Entre os meses de Outubro de 2011 a Agosto de 2012, os detentos passaram por muito sofrimento ao receberem uma espécie de “punição especial” após se recusarem a renegar a fé em seu Deus Jeová. Eles foram levados para uma ala subterrânea onde sofreram com o calor intenso do deserto, fome, sede e espancamentos.
Um dos prisioneiros foi Habtemichael Tesfamariam, que morreu subtamente aos 76 anos por suspeita de Derrame cerebral, causado pelas péssimas condições em que era mantido com outros detentos da mesma ordem religiosa, na prisão de Mai Serwa.
Outra vítima dos maus-tratos foi Habtemichael Mekonen de 77 anos, que morreu vítima de insuficiência renal, impossibilitado de realizar seus tratamentos, uma doença grave cujo procedimento clínico deve ser feito em intervalos de dois em dois dias. Além das vítimas da violência do governo, outras 53 testemunhas de Jeová continuam presas ali, segundo o site JW.
Foto: Jw.org - Habtemichael Mekonen e sua esposa, Mihret Ellias, antes da prisão dele
A perseguição religiosa na Eritreia foi classificada pela Comissão dos Direitos Humanos como “Crime contra a Humanidade. De acordo com o site JW, Em 8 de junho de 2016, o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas publicou um relatório com base nas pesquisas feitas pela Comissão de Inquérito sobre Direitos Humanos na Eritreia, órgão criado pelo conselho para investigar as violações de direitos humanos na Eritreia. A Comissão de Inquérito pediu que a Eritreia “respeite a liberdade de religião ou crença” e “coloque um fim às práticas de deter e prender arbitrariamente indivíduos com base em suas crenças religiosas, em especial seguidores de determinados grupos religiosos, como as Testemunhas de Jeová, . . . e liberte imediatamente e sem impedimentos todas as pessoas presas de forma ilegal e arbitrária”.
A Eritreia é considerada como “o povo mais triste do mundo”, segundo a ‘Revista Forum’. De acordo com a revista, “os eritreus são perseguidos e passam fome em seu país; no Sinai, são violados e torturados. Presos arbitrariamente em Israel e afogados no Mediterrâneo, representam hoje 12% do total de pessoas que buscam refúgio na Europa”.
Agência Indicatu – SP/BR – 27/12/2018
Texto: Da redação