O povo de Deus não será atacado no início da na grande tribulação quando a fera de 10 chifres e sete cabeças causar a ruína de Babilônia, a Grande (Apocalipse 17:15, 16). A razão disso é simples: os eventos que desencadearão a grande tribulação serão causados por Deus para julgar o mundo que difama o nome dele. Sendo assim, seria incoerente que Jeová aplicasse em seu povo as mesmas pragas que ele dará àqueles que o profanam.
O precedente de uma grande tribulação
A maioria de nós já ouviu falar de quando Jeová julgou os deuses falsos do Egito e provou que eles não valiam nada quando ele usou o seu poder para aplicar 10 severas pragas no Egito e libertar o povo dele, escravo naquela terra. Mas poucos conseguem associar aquilo com a próxima grande tribulação. Isso mesmo: a próxima grande tribulação. Aquela grande tribulação não foi global. Contudo, foi algo inédito para Faraó, os egípcios e aqueles deuses falsos. Aquela grande tribulação local serve de precedente histórico para aquela que virá. Esta também julgará as religiões falsas que difamam a Deus atualmente e as reduzirão a nada. Assim como no Egito, o povo de Deus, que é escravo neste sistema, será libertado desta escravidão para um mundo melhor. Também, assim como no Egito, o povo de Deus, durante os atos de julgamento contra as religiões falsas, não sofrerão dano (Êxodo 8:22, 23). Por quê?
As nações ficarão cegas
Uma vez ou outra nos perguntamos por que Faraó não usou o povo de Deus como refém para impedir as pragas. Isso seria muito fácil de fazer. Na verdade, Faraó até impôs sua autoridade de déspota para desacreditar o povo a fim de mantê-lo escravo. Mas isso foi antes do início das pragas (Êxodo 5:4-9). A verdade é que, quando Jeová começou a julgar o Egito a partir da primeira praga, Faraó encarou aquilo como um confronto, uma guerra que ele achava que poderia vencer. Ele foi cegado pelo orgulho. Por isso, quando Jeová diz que “deixaria o coração de Faraó ficar obstinado e insensível”, ele estava dizendo que o orgulho de Faraó o impediria de fazer qualquer mudança (Êxodo 10:1). Isso vale pra todos nós. Mas a situação mudou depois da última praga (Êxodo 11:1, 4, 5). Após a morte dos primogênitos egípcios, Faraó se viu obrigado a libertar o povo. Não porque ele deixou de ser orgulhoso, mas porque se viu derrotado e temendo pela própria vida. Neste caso, foi a força e o poder de Jeová que o sobrepujou, e ele fez o que jamais pensaria em fazer:
“Mais tarde, comunicou-se ao rei do Egito que o povo tinha fugido. Imediatamente, Faraó e os seus servos mudaram de ideia a respeito do povo e disseram: “Por que fizemos isso? Libertamos os israelitas, nossos escravos!”” (Êxodo 14:5) – TNM 2015.
‘Por que fizemos isso?” Nem Faraó nem os seus servos sabiam o que tinham feito, libertando os escravos de trabalharem para eles. Não sabiam porque foram cegados por Deus, ou porque deixaram de ser orgulhosos? O texto diz que, após libertar os hebreus, “Faraó e os seus servos mudaram de ideia a respeito do povo”. A versão de 1986 verte esse trecho assim: “O coração de Faraó, bem como dos seus servos, mudou imediatamente para com o povo”. Assim, parece que, por um breve momento, o orgulho deu uma pausa na insensatez do rei e ele conseguiu ver as coisas com lucidez. Mas isso não durou muito. Em meio ao luto de centenas de milhares de primogênitos egípcios, Faraó voltou ao seu estado “normal” e foi atrás dos israelitas (Êxodo 12:29, 30; 14:8).
O ataque final
Agora era Tudo ou Nada, ou melhor, a hora certa para Jeová desferir o golpe fatal em Faraó. As dez pragas tinham passado; os deuses falsos do Egito, julgados; e o povo escravo, libertado. Mas ainda não tinha acabado. Foi dito que, no último ato de Deus contra o Egito, nenhum cão latiu contra o povo dele (Êxodo 11:7). Mas em todos os atos de Deus ali, nenhum israelita foi ferido ou morto pelos egípcios porque a proteção de Deus estava sobre eles. A grande tribulação já tinha acabado para Faraó. Mas para o povo de Deus restava ainda uma prova de honra. Quando Faraó partiu para o ataque final contra o povo no Mar Vermelho, parecia que os hebreus estavam desprotegidos, perdidos (Êxodo 14:3). Mas era só o que parecia. Jeová venceu Faraó e seu exército no Mar Vermelho e seu povo saiu daquela tormenta seu nenhum arranhão (Êxodo 14:28-31).
O grande ataque final
Em breve entraremos em uma grande tribulação. Esta será “A Grande Tribulação” dita por Daniel e Jesus (Daniel 12:1; Mateus 24:31). Será bem maior que a do Egito. Entretanto, o escopo é o mesmo. Ela será um ato de Deus contra as religiões falsas. Na sequência, os governos humanos serão destruídos. Perceba como as coisas são semelhantes. No Egito, primeiro Jeová julgou os deuses falsos quando causou as 10 pragas. Cada praga era um golpe contra um ou vários deuses pagãos do Egito. O penúltimo deus falso a ser julgado foi o sol, com a praga da escuridão. Por último, Jeová julgou o governo do Egito quando derrotou Faraó e seu exército no Mar Vermelho.
Será assim também no futuro próximo. A primeira a ser julgada será Babilônia, A Grande. Depois serão os governos. Assim como Faraó, eles também dirão: “Por que fizemos isso?” Isso o que? Destruído as religiões e deixando o povo de Deus permanecer. A diferença é que, desta vez, Deus usará os próprios governos para destruir as religiões, ao invés de o fazer com as próprias mãos, como fez no Egito. E por quê? Para desonra-la, visto que ela é uma meretriz e se prostitui com os governos do mundo. Por isso, nada mais humilhante do que usar os próprios amantes dela para arruína-la (Apocalipse 17:2, 15, 16). Não há como mensurar a dimensão disso. O peso desse ato vai além de sua dimensão geográfica. Trata-se da exterminação de algo que nunca foi tirado da humanidade: a liberdade de se adorar o que quiser. Milhões, ou talvez bilhões, morrerão ali. Mas nenhum cão latirá contra o povo de Deus. O ataque final também será algo causado por Deus, e como é de se esperar, ele vai proteger o seu povo:
“Então Moisés disse ao povo: “Não tenham medo. Mantenham-se firmes e vejam a salvação da parte de Jeová, que ele realizará hoje para vocês. Pois os egípcios que estão vendo hoje, vocês nunca mais verão. 14 O próprio Jeová lutará por vocês, e vocês ficarão em silêncio.”” (Êxodo 14:13, 14) – TNM 2015.