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A bíblia em análise

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Justos e injustos – Quem voltará na ressurreição?

Bilhões de mortos voltarão à vida daqui a alguns anos para uma nova chance

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(Foto: Reprodução)

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Lúcia e Gustavo era um casal feliz. Eles se amavam muito. Se conheceram na adolescência, apaixonaram-se e casaram aos 21 anos. Passado um tempo, Lúcia traiu Gustavo com Fábio, um colega de trabalho dela. Arrependida, ela confessou pro marido que o havia traído. Inconsolado de saber que o amor da sua vida tinha havia sido infiel a ele, Gustavo a matou, e em seguida cometeu suicídio. Éder, irmão de Gustavo, soube do caso e foi à procura de Fábio para mata-lo porque não se conformava com a destruição da família. Enquanto dirigia seu carro tomado de fúria ao encontro da vítima, Analice cruzava a rua de sua casa com sua filhinha Cristine, que ia para a escola. Cego e desatento pelo ódio, Éder as atropelou e elas morreram ali no local. Em seu surto de cólera, Éder fugiu sem prestar socorro às vítimas e seguiu à caça do Fábio que foi morto por ele a tiros na porta da empresa em que trabalhava. Cláudio, marido de Analice e pai de Cristine exigiu vingança pelas vidas da esposa e filha e foi com alguns amigos à procura de Éder e o espancou até a morte enquanto ele tentava fugir em busca de refúgio em uma delegacia próxima de sua casa.

Sentada em sua cadeira de balanço com o olhar perdido e turvo de tanto chorar estava dona Dalva, mãe de Éder e Gustavo, inconsolada com a infame realidade de ver seus filhos e nora mortos, pessoas queridas e amadas que alegravam seus fins de tarde com suas visitas para um breve café das seis. Não muito pior estava dona Joana, mãe da Lúcia, que foi parar no hospital após sofrer um AVC ao receber a notícia da morte de sua filha e da tragédia que se abateu sobre a família. Indescritível também era a dor de seu Jonas e de sua esposa Ana, pais e avós de Analice e Cristine que se negavam a serem consolados da dor da inaceitável fatalidade que vitimou filha e neta num instante.

Quem perde um ente querido na morte vive um estado de luto que parece não ter fim, e por mais que os anos passem, não há massagem que alivie a dor de uma perda tão grande. Mas há coisas que não se mata e que nunca morre em nós, a menos que ela morra com a gente. Uma delas é a ‘esperança’. Neste caso, a força propulsora que mantém a esperança viva no ente enlutado é a saudade, que por sua vez traz consigo o raciocínio subjetivo de se um dia será possível um reencontro com a pessoa amada aqui mesmo nesta vida.

À luz dos escritos sagrados, sim, é possível e vai acontecer um reencontro entre vivos e ex-mortos, chamemos assim aqueles que serão ressuscitados. O reencontro será aqui mesmo na terra, num ambiente restaurado, diferente do caos atual. A questão é: quem voltará, ou melhor, que critério o Criador usará para dar ao indivíduo morto uma outra oportunidade? Há critérios, ou todos os que já morreram serão trazidos de volta à vida? Vejamos.

Ressurreição, uma promessa de Jesus

Jesus foi o primeiro a dar para a humanidade a garantia de que haverá uma ressurreição futura, e disse que tipo de pessoas serão trazidas de volta à vida. Ele disse:

Não fiquem admirados com isso, pois vem a hora em que todos os que estão nos túmulos memoriais ouvirão a voz dele 29 e sairão: os que fizeram coisas boas, para uma ressurreição de vida; e os que praticaram coisas ruins, para uma ressurreição de julgamento.
” (João 5: 28, 29)

Vemos aqui que dois grupos de indivíduos serão ressuscitados, classes divididas por pessoas que “fizeram coisas boas, e outras que praticaram coisas ruins”. Aqui há um detalhe curioso. Ele está nos verbos “fazer e praticar”. Um dicionário traduz o verbo ‘praticar’ da seguinte forma: “Ir adquirindo prática; realizar alguma atividade de maneira regular; fazer com que produza algum efeito, consequência; cometer, realizar”. De modo que, pelas palavras de Jesus, as pessoas que “praticaram coisas ruins” tinham um estilo de vida predominantemente mau e faziam do pecado uma prática. Elas era assim e não mudaram até o dia de sua morte. Diferente das pessoas que “fizeram” coisas boas. Quem faz coisas boas é porque tem a bondade no coração e empenha-se pelo bem comum de todos. Que coisas podem ser consideradas ruins? Jesus deu uma dica ao falar de impurezas:

Por exemplo, do coração vêm raciocínios maus: assassinatos, adultérios, imoralidade sexual, roubos, falsos testemunhos, blasfêmias. 20 Essas são as coisas que tornam o homem impuro”. (Mateus 15:19, 20a)

De modo que, pessoas que tenham “praticado coisas ruins” enquadram-se em alguns desses atos, ou ainda em outros mais graves. Vejamos como o apóstolo Paulo estendeu esse assunto por outros termos.

A ressurreição mencionada por Paulo

Indo direto ao ponto, Paulo falou da mesma ressurreição prometida por Cristo. Mas ele usou outros termos para definir quem fazia coisas boas e quem praticava coisas ruins. Ele disse:

E eu tenho esperança em Deus, esperança que esses homens também têm, de que haverá uma ressurreição tanto de justos como de injustos.” (Atos 24:15)

Nesta versão da oportunidade do retorno à vida, as pessoas são classificadas pelo seu caráter, isto é, elas são julgadas “justas e injustas”. O que seria uma pessoa injusta? Paulo disse:

Ou será que vocês não sabem que os injustos não herdarão o Reino de Deus? Não se enganem. Os que praticam imoralidade sexual, os idólatras, os adúlteros, os homens que se submetem a atos homossexuais, os homens que praticam o homossexualismo, 10 os ladrões, os gananciosos, os beberrões, os injuriadores e os extorsores não herdarão o Reino de Deus”. (1 Coríntios 6:9, 10).

Logo, os praticantes das coisas citadas acima entram para a categoria de injustos que não herdarão o reino de Deus. Mas como pode haver uma ressurreição de “injustos” sendo que Paulo diz no texto supracitado que esses injustos não entrarão no reino de Deus? Há contradição?  Não. Por quê? Porque uma frase no texto muda tudo. É ela: “Não se enganem”; ou: “não sejais desencaminhados”. Na sequência é listada uma série de práticas condenáveis que excluem a pessoa de entrar no reino de Deus. E o que isso quer dizer? Quer dizer que, quem aprendeu a verdade, saiu da categoria de injustos e tem diante de si a perspectiva de salvação. Porém, se ela volta às antigas práticas, ela está novamente sujeita à destruição, conforme é dito na sequência:

E, no entanto, isso é o que alguns de vocês foram. Mas vocês foram lavados; vocês foram santificados; vocês foram declarados justos no nome do Senhor Jesus Cristo e com o espírito do nosso Deus.” (1 Coríntios 6:11)

Mas o assunto ainda está meio nebuloso. O ponto em questão é ‘a volta dos injustos à vida na ressurreição’. Para entendermos melhor, precisamos saber “a quem Paulo estava dirigindo aquelas palavras e o seu contexto histórico na linha do tempo”. O verbo ‘praticar’ ali está no tempo presente, indicando que, naquele momento, isto é, naquele contexto histórico ou em nossos dias, havia pessoas fazendo daqueles pecados uma prática em suas vidas. Daí Paulo diz que alguns daqueles cristãos eram de lá, ou seja, estavam também praticando aquelas coisas, mas que eles haviam passado por uma transformação e que não deveriam ser ‘desencaminhados para voltar pra lá’, porque aquela condição os condenaria à morte junto com os demais praticantes daqueles pecados. Ele queria dizer que, uma vez lavados, santificados e declarados justos, quem voltasse pra lá seria novamente injusto, e, ‘morrendo naquela condição’, eles não teriam mais esperança de salvação, uma vez que ‘pisaram no Filho de Deus e consideraram de pouco valor o sangue do pacto com que foram santificados’ (Hebreus 10:29, 30). Pelo que podemos entender, a fala de Paulo ali aplica-se exclusivamente aos cristãos ativos e aos desencaminhados, bem como a pessoas não cristãs que tripudiavam de propósito o caminho da vida, tanto daquela época, quanto da atual. Isso exclui as pessoas das nações, ou pagãs, que não conheciam a verdade. Por quê? Porque a pessoa pagã é ignorante quanto ao conhecimento exato, e por isso ela está numa condição de injustiça, ou seja, ela não sabe ou não conhece o poder resgatador do sacrifício de Cristo, e por isso não teve ou não tem a oportunidade de decidir ser ou não ‘lavada, santificada e declarada justa no nome do senhor Jesus e com o espírito do nosso Deus’. De modo que, morrendo tal pessoa nessa condição, a torna injusta, mesmo sendo ela praticante dos pecados listados por Paulo em Coríntios, e a faz merecedora de estar no grupo de injustos que serão ressuscitados. Por quê? Porque as circunstâncias da vida impediram que tal pessoa obtivesse o conhecimento exato da verdade que a colocaria numa condição justa perante Deus.

Quer dizer que é melhor praticar o pecado e morrer sem conhecer a Deus? Negativo. Por quê? Porque atualmente está aberta as portas da oportunidade para a salvação, e os que não quiserem entrar receberão o julgamento descrito em Apocalipse. Veja:

Mas as outras pessoas que não foram mortas por essas pragas não se arrependeram das obras das suas mãos; não pararam de adorar os demônios e os ídolos de ouro, de prata, de cobre, de pedra e de madeira, que não podem ver, nem ouvir, nem andar. 21 Elas não se arrependeram dos seus assassinatos, nem das suas práticas de ocultismo, nem da sua imoralidade sexual, nem dos seus roubos.” (Apocalipse 9: 20, 21)

As palavras acima retratam a situação das pessoas no toque da sexta trombeta de Apocalipse, isto é, o julgamento delas no fim da grande tribulação. De modo que não é vantajoso levar uma vida desregrada agora achando que vão ter uma morte natural ou acidental sem ter esse encontro com Deus naquele dia de julgamento. Mesmo porque atualmente é quase impossível a pessoa ser ignorante quanto ao conhecimento exato, visto que ele está disponível a todos no mundo inteiro e em diversos formatos da comunicação.

Assassinos serão ressuscitados?

O texto de Apocalipse citado acima fala de pessoas que “não se arrependeram de seus assassinatos”. Isso sugere que um assassino pode ser perdoado por Deus caso ele se arrependa. Porém, a lei dada por Deus à nação de Israel dizia o seguinte:

Não aceitem nenhum resgate pela vida de um assassino que merece morrer, pois ele sem falta deve ser morto”. (Números 35:31)

Quem era o assassino que “merecia morrer”? Era aquele que tirasse a vida do seu próximo por ódio. Em tese, era e é toda pessoa que, advertida por Deus, seja de modo expresso ou impresso em código de lei escrito fornecido por Ele, age de propósito contra a vida alheia, matando seu próximo. Veja o caso de Caim. Ele foi advertido diretamente por Deus pra que mudasse de ideia e esfriasse a cabeça antes que ele pecasse. Ele não ouviu a Deus e matou o seu irmão (Gênesis 4:6-11). Para ele, não há esperança de ressurreição, e o resgate de Cristo não cobre seu erro. Ele foi um assassino que mereceu morrer. Também é um assassino que merece morrer todo aquele que, estando debaixo da lei de Deus, seja em qual época for, transgride o mandamento: ‘Não assassine’ (Êxodo 20:13). Quem viola esse mandamento, estando consciente de sua existência, é um assassino que merece morrer.

Quem foi destruído por Deus será ressuscitado?

Pelo visto, não, e as palavras de Jó dão a entender isso. Diz:

Pois que esperança o ímpio tem quando é destruído, quando Deus lhe tira a vida?” (Jó 27:8)

Note que o texto fala do ‘ímpio’. O mesmo dicionário traduz o termo ímpio da seguinte maneira: “Ímpio - quem não tem fé ou despreza qualquer tipo de religião; herege. Indivíduo é contrário à religião; aquele que age com crueldade; quem não tem piedade; cruel, desumano.”

Em pelo menos 3 situações, pessoas foram destruídas por Deus por ‘não terem fé, desprezarem a religião, ou, a mensagem divina, e por serem impiedosas, cruéis e desumanas. Os nefilins eram cruéis e desumanos e desprezavam a religião - quer dizer, os avisos de Deus. As pessoas de sua época também não tiveram fé e manifestaram seu desprezo pela adoração verdadeira, e por isso foram destruídas por Deus (Gênesis 6:4-7,13; 7:1). Os habitantes de Sodoma e Gomorra também não demonstraram respeito pelo que é sagrado, tentando até estuprar os anjos, representantes de Deus. Elas eram ímpias e foram destruídas por Ele (Gênesis 19:4,5; 12-17). Corá não demonstrou respeito por coisas sagradas e agiu com falta de fé. Ele e mais 250 homens foram destruídos por Deus por aquele desrespeito (Números 16:23-35). Para todos esses casos, mesmo que as palavras de Jó sugiram que não há esperança para elas, a decisão final caberá a Deus dar ou não a elas uma outra chance.

Os que vão ou estão na Geena não serão ressuscitados

Está na Geena, ou no fogo eterno - estado de morte sem esperança -, todo aquele que pecou, está pecando e pecará contra o espírito santo de Deus. Pecar contra o espírito é ‘negar a ação do espírito de Deus’, mesmo vendo com seus olhos as evidências de sua manifestação. E por que esse pecado é tão grave? Porque envolve ‘enganação’, um artifício detestável que o Criador abomina. Imagine a pessoa que tenta negar a eletricidade e todos os seus benefícios, estando ela em operação. As luzes dos postes estão acesas, tvs, computadores, geladeiras, ar-condicionados, celulares e muito mais, tudo isso funcionando pela força da energia elétrica e o indivíduo negando, ou pior, tentando fazer as pessoas crerem que o mérito por isso não se deve à eletricidade porque, segundo ele, “isso é uma mentira, não existe eletricidade coisa alguma”. É claro que o propósito desse sujeito é enganar, manter as pessoas na ignorância perpétua, assim como ele está. Para pessoas assim, que negam de propósito a ação do espírito de Deus, não haverá esperança de salvação e nem de ressurreição. Como alguém pode ‘pecar contra o espírito santo’? Por se opor ou agir contrário aos frutos do espírito. São eles:

Por outro lado, o fruto do espírito é: amor, alegria, paz, paciência, bondade, benignidade, fé, 23 brandura, autodomínio. Contra tais coisas não há lei.” (Gálatas 5:22,23)

Traduzindo, quem manifesta os frutos do espírito obedece aos dois maiores mandamentos ensinados por Jesus, e quem não manifesta os frutos desse espírito, desobedece a esses mandamentos (Mateus 22:36-40). Por isso não há esperança pra quem peca contra o espírito santo.

A história contada no início do artigo retrata a condição de bilhões de indivíduos que agora descansam no pó. Algumas agiram por fraqueza, imaturidade, falta de conhecimento, e por isso fizeram coisas das quais mais tarde se arrependeram. Para elas, o final da história pode ser feliz: uma vida satisfatória em um planeta restaurado com condições perfeitas. Tudo dependerá do que elas serão no dia do juízo, isto é, se mostrarão ser justas ou injustas no reinado milenar de Cristo.

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