A prova final
Aquela ainda não era a prova final, mas, em uma das salas de um grande colégio público estava um jovem que chamaremos de Jorge. Sentado
Aquela ainda não era a prova final, mas, em uma das salas de um grande colégio público estava um jovem que chamaremos de Jorge. Sentado em cadeira, ele divide o espaço com mais 39 pessoas. Todos estão ali em busca da realização de um grande sonho. É um concurso para delegado da polícia federal. O fato é que aquele é um ótimo emprego com um alto salário e vantagens que só um emprego assim pode oferecer.
Uma prova de resistência
Poder e status é a joia da coroa do cargo, além do dinheiro, é claro. Pode-se dizer que, se as regras para a aprovação desse concurso fosse um combate corpo a corpo em um ringue de luta, os oponentes sairiam dali muito feridos. Em alguns casos, vencedores e perdedores têm sequelas para o resto da vida. Alguns até morrem em combate. Mas esse não é o caso ali. Jorge vem se preparando para esse concurso a mais de um ano e está muito confiante.
A prova escrita tem a duração de 3 horas, incluindo a redação, o terror dos candidatos. Jorge foi bem na prova e terminou o exame em 1 hora e a redação em 30 minutos.
Passaram-se 20 dias e saiu os resultados. Jorge passou nas provas! Mas isso não garante o seu emprego federal. Ele ainda terá que passar por mais 3 testes: o psicológico, o de aptidão física, e o pior: a prova oral. Nesta, Jorge estará diante de 3 profissionais públicos formados em direito, muito bem capacitados e com um longo currículo de serviço prestado ao país. Todos os examinadores ali são promotores públicos. Apesar de estar muito nervoso, Jorge foi bem nesse exame. Por fim, ele agora está definitivamente aprovado para tomar posse do cargo.
Novas provas
Mas alguns candidatos entraram com recurso alegando erro nas questões para que a banca anulasse o concurso. Assim, a banca aplicou novas provas. Jorge, muito mais preparado, passou outra vez em todos os exames. Os demais candidatos foram eliminados.
Cada pessoa hoje tem diante de si a chance de participar da prova das provas, a prova cuja aprovação tem como recompensa um prêmio que dinheiro nenhum pode pagar. É a recompensa da vida. Viver hoje custa caro, sobretudo para quem está em um leito de hospital. Apenas o consumo de um balão de oxigênio custa um absurdo para manter a pessoa viva. Mesmo sendo caro, enquanto tiver dinheiro a pessoa pagará o preço que for para não ter a sua “lâmpada” apagada.
Um último exame acabará com o medo da morte
O ser humano tem medo da morte. Ela é um sono profundo cujo despertar depende da vontade do Criador. A ideia de dormir e nunca mais acordar é assustadora. Por isso buscamos a todo custo esticar os anos da nossa vida, driblando os obstáculos que possam encurta-la. Mas a prova das provas vai acabar com todos esses medos. Nela, a vitória dará aos candidatos o futuro da eternidade.
Não dá para descrever em simples palavras a experiência de viver pra sempre. O fato é que ninguém quer morrer, ainda mais com as propostas de prazer e satisfação que a nova vida a nós apresentada oferece. Contudo, para conseguir esse prêmio é preciso passar na prova. Que prova é essa? As pessoas a chamam de ‘prova final’, o teste final que será aplicado à humanidade no fim de mil anos de um governo de prazer e felicidade que começará daqui a alguns anos. Para sermos candidatos em potencial e concorrermos nessa prova final, temos que passar na prova atual. Como o foco deste artigo é a prova final, deixaremos a prova atual para outro momento. A questão é: por que uma ‘prova final’ é necessária? Vejamos.
Eliminando dúvidas
Eva foi enganada pelo Diabo com a falsa proposta de poder e liberdade supostamente escondidos no fruto da árvore proibida. O Diabo disse a ela que Deus mentiu ao dizer que aquele fruto os mataria caso comessem dele. Ele usou uma serpente para fazer a mímica. Assim, Satanás se apresentava como governante rival com o objetivo de fazer súditos para o seu governo apóstata.
O “sucesso” do Diabo em conseguir desencaminhar o casal submeteu ele e seus descendentes a uma situação muito ruim. Isso fez com que Deus delimitasse um tempo para a existência desse governo paralelo. Por isso, jeová resolveu que a atuação do homem e seu governante seria de 120 anos, ou, 6000 anos.
Tem pessoas que gostam do mundo da forma como está, tecnológico, materialista, violento, imoral e tantas outras coisas ruins. É neste ponto que somos capazes de responder à questão levantada neste artigo: por que um prova final é necessária?
Por que um teste final?
Sabemos que Adão e Eva eram perfeitos quando o Diabo os desencaminhou. Quando os mil anos do governo de Cristo terminar, a humanidade estará perfeita novamente. Assim, visto que Adão e Eva não passaram na prova enquanto perfeitos, qual a necessidade de provar novamente a humanidade perfeita? Satanás sempre trabalha com dúvidas. A desconfiança é um produto altamente corrosivo capaz de danificar as estruturas da fé e da moral do indivíduo, e ele não se refreia de usar esses artifícios. Sendo assim, quais dúvidas ele costuma usar que exija a aplicação de uma prova final?
Desgraça e projetos que não deram certo são coisas que marcam o governo de Satanás. Durante todo esse período de 6 mil anos, Deus interferiu na atuação diabólica sobre a humanidade. Uma das interferências que abalou as bases do governo satânico foi o advento do Dilúvio. Aquilo mexeu com tudo na terra. Afetou as condições climáticas, encurtou a vida humana para menos de 100 anos e tornou a vida urbana um caos. Enfim, o governo do maligno tornou-se impraticável.
O impacto das dúvidas na prova final
Por isso, alguém talvez pergunte: e se o Diabo governasse a humanidade sendo ela perfeita e sem os problemas de hoje, sem doenças, guerra e morte? Daria certo? O governo dele de “mil anos atrás” era tão ruim assim como a história conta? Pois bem. Para esses, a prova final será a oportunidade perfeita para mostrarem quem são e de que lado estarão. A prova final será a ocasião perfeita onde humanos perfeitos revelarão a natureza de seu coração. Nessa prova não haverá chance para fraudes. De antemão, o Criador revelou o impacto que as dúvidas lançadas pelo Diabo terão na humanidade perfeita daqui a uns 1000 e poucos anos no futuro:
Assim que os mil anos tiverem terminado, Satanás será solto da sua prisão, 8 e ele sairá para enganar as nações nos quatro cantos da terra — Gogue e Magogue — a fim de reuni-las para a guerra. O número delas é como a areia do mar. 9 E avançaram sobre toda a terra e cercaram o acampamento dos santos e a cidade amada. Mas desceu fogo do céu e as consumiu. (Apocalipse 20: 7-9)
Novos rebeldes na prova final
Como vemos, o número dos insatisfeitos com uma vida perfeita, sem morte e doenças, será grande. Dizer que os rebeldes “cercaram o acampamento dos santos e a cidade amada” garante que, mais uma vez, os inimigos de Deus naquele tempo será a maioria. Isso indica também o poder que o Diabo tem de enganar e enfurecer as pessoas com seu ódio contra o Criador.
Para conseguir enganar alguém, o Diabo sempre apela para a satisfação da carne, a lei do menor esforço. Assim, é coerente crer que ele usará o entretenimento para iludir as massas. Isso será mais forte do que agora. Por quê? Porque a humanidade estará perfeita e o Diabo a usará para a criação do “velho novo modelo de vida daquela sociedade”. Assim, é de se esperar que ele repita os artifícios atuais em um nível bem elevado para iludir e envolver as massas. Por quanto tempo isso se dará?
Apocalipse diz que, depois do fim dos mil anos, Jeová soltará Satanás da prisão “por um pouco” (Apocalipse 20: 3). Isso vai levar tempo, um tempo considerável para que ele aplique a prova a nível global. Leva tempo para que os artifícios enganosos do maligno penetrem com eficiência na vida das pessoas. Existe um paralelo para a expressão “pouco tempo” em Apocalipse 12:12. Ali diz que ele, o Diabo, saberia que lhe restaria “pouco tempo”. Esse pouco tempo já dura 106 anos. Assim será a ação final dele após o milênio.
A quebra da lealdade no teste final
Como nos atuais últimos dias, ele quebrará aos poucos a pureza, a lealdade e a moral das pessoas. Qualidades honrosas que levaram anos para adquirir dentro de um governo puro sofrerão um baque. Sem doenças e a aparente impunidade, será fácil de as pessoas se envolverem em apostasia e perversão moral. A massa enganada gostará tanto desse “novo modo de vida” que odiará quem for leal a Deus, assim como agora, e iniciará mais uma onda de perseguição contra os adoradores de Deus. Acontece que, desta vez, Deus resolverá as questões definitivamente.
Os apoiadores do maligno receberão a punição junto com ele com a ‘segunda morte’, o fogo da destruição eterna (Apocalipse 21:8). Para os leais, o futuro será promissor: vida eterna. Talvez o futuro lhes reserve a experiência de povoar novos planetas ainda em construção, inacabados, como era a terra há 48 mil anos. Mesmo se isso não acontecer, a vida aqui será indizivelmente prazerosa. As perturbações acabarão para sempre.
Para ver e viver todas essas experiências que o futuro nos reserva, temos que ser como o Jorge. Temos que nos preparar. De fato, a maioria de nós está se preparando há anos, alguns já há décadas, para a primeira prova à frente, a grande tribulação. Passar por essa nos tornará mais fortes para a prova das provas.