O que a bíblia diz sobre políticos corruptos?
Há muito tempo foi avisado que política e religião não combinam
O precedente divino para a aceitação legal de homens no poder governando sociedades foi dado quando a nação de Israel exigiu que um rei os liderasse em suas campanhas militares, bem como no exercício da justiça em todo o seu território. A partir dali a nação teria um rei e este serviria como representante do povo perante Deus. Mas antes de concretizar o desejo deles, Jeová fez questão de deixar claro a todos as consequências daquele ato rebelde:
“Com o tempo, todos os anciãos de Israel se reuniram e foram a Samuel, em Ramá. 5 Eles disseram: “Veja, o senhor já está idoso, e os seus filhos não andam nos seus caminhos. Agora, designe um rei para nos julgar, como todas as outras nações.” 6 Mas, quando disseram: “Dê-nos um rei para nos julgar”, isso desagradou a Samuel. Então ele orou a Jeová, 7 e Jeová disse a Samuel: “Faça tudo o que o povo lhe pede, pois não é a você que rejeitaram, mas é a mim que rejeitaram como rei. 8 Eles estão fazendo exatamente o que fizeram desde o dia em que os tirei do Egito até hoje; eles sempre me abandonam e servem a outros deuses, e é isso que estão fazendo com você. 9 Agora escute o que eles dizem. Mas não deixe de adverti-los com toda a seriedade; explique-lhes o que o rei que os governará terá o direito de exigir.”” (1 Samuel 8:4-9) – TNM 2015.
Os israelitas estavam cientes do que estavam pedindo, pois no pedido declarado no versículo 5 eles expressaram o desejo de “ser como todas as outras nações”, tendo um rei sobre si. Se minimizaram ou desconheciam o que os reis daquelas nações faziam com o povo, não há como afirmar. Mas não havia inocentes naquela história. Quem foi até Samuel pedir aquilo não foram jovens inocentes e inexperientes, e sim “os anciãos do povo”, homens velhos, sábios e com uma vasta bagagem de experiência de vida nas costas. Mesmo assim, eles insistiram no ato até que este fosse atendido por Deus, que por sua vez deu a eles o que queriam, e o “doce” eles receberam depois:
“Portanto, Samuel transmitiu todas as palavras de Jeová ao povo que lhe pedia um rei. 11 Ele disse: “O rei que reinará sobre vocês terá o direito de exigir o seguinte: ele pegará os filhos de vocês para servir nos carros de guerra dele e na sua cavalaria, e alguns terão de correr à frente dos seus carros. 12 E ele designará alguns como chefes de mil e chefes de cinquenta, e outros cultivarão as terras dele, farão as suas colheitas, e fabricarão suas armas de guerra e equipamentos para os seus carros. 13 Ele pegará as filhas de vocês para fabricar perfumes, cozinhar e fazer pão. 14 Tomará o melhor dos seus campos, dos vinhedos e dos olivais e os dará aos servos dele. 15 Pegará o décimo dos campos de cereais e dos vinhedos de vocês e o dará aos oficiais da corte e aos servos dele. 16 E pegará os servos e as servas de vocês, os seus melhores bois e os seus jumentos, e os usará no trabalho dele. 17 Pegará também o décimo das suas ovelhas; e vocês se tornarão servos dele. 18 Chegará o dia em que vocês clamarão por causa do rei que escolheram para si mesmos, mas Jeová não lhes responderá.”” (1 Samuel 8:10-18) – TNM 2015.
Eles mal sabiam que, ao pedir um rei, estavam pedindo também a perca dos bens, da liberdade e da própria vida. Se deram mal se pensaram que aqueles que os governariam fariam isso em benefício deles. As prerrogativas descritas por Deus que seriam próprias dos reis tirariam do povo o que era deles e seria dado aos servos do rei. Eis aí a origem do termo “político corrupto”, ou “político ladrão”. Sim, de fato, é um roubo tomar o que é dos outros. Mas nesse caso é um “roubo legalizado”, e o que é pior, autorizado e aprovado pelo próprio povo. De modo que, quem escolhe para si seus próprios governantes não tem do que reclamar porque eles estão fazendo aquilo que é próprio dos reis, ou exigindo “o que é seu para eles, por direito”. Frase esquisita essa e complicada de aceitar. Mas é a verdade, e é exatamente isso o que a bíblia diz sobre “políticos corruptos”. Parece redundante dizer isso porque a sensação que se tem é que os termos se definem em ordem recíproca, onde ser político é ser corrupto, enquanto que corrupção pode ser a linguagem metafórica do universo político. É também por isso que todo cristão verdadeiro fará bem em não se meter nos assuntos que envolvem os atos desses “protozoários da vida pública”, porque o rei deles é justo e amoroso e já foi designado por Deus (Salmos 2:6). Ele já rege nos céus e em breve assumirá o controle dos assuntos na terra. Fazer campanha ou defender político pode ser encarado como um ato de traição. É como uma pessoa que atua como cabo eleitoral de um candidato e ao mesmo tempo o faz para outro. Tal atitude é própria de quem não conhece a Deus e pode ser encarada como uma recusa ao rei designado por Ele. O destino de quem faz isso não será nada bom:
“Além disso, tragam para cá esses meus inimigos, que não quiseram que eu me tornasse rei sobre eles, e matem-nos na minha frente.’”” (Lucas 19:27) – TNM 2015.