2023 e 2024, as vésperas do último dia
Último dia do descanso de Deus, uma época de consolo e esperança para a humanidade
Entre as muitas coisas que ensinou aos seus seguidores, teve uma que ganhou destaque nas palavras de Jesus – “o último dia”. Esse não era um ensino simples porque envolvia uma promessa – a ressurreição (João 6:39, 40, 44, 54). Em uma conversa com Jesus na ocasião da morte de Lázaro, Marta se lembrou desse ensino sobre o “último dia” onde Cristo fará coisas maravilhosas na terra (João 11:). Esse mesmo “último dia” foi também dito pelo apóstolo Paulo em sua carta aos Hebreus. Mas ele fez a citação do “último dia” em outros termos – “o descanso sabático” (Hebreus 4:8, 9). A menção de um “último dia”, na bíblia, é interessante porque, se há um último dia, há também um primeiro, e nesse intervalo há os dias que fazem a conexão entre os extremos. É como a chegada do domingo, que não existiria sem antes passarmos pela segunda-feira e pelos dias desse intervalo de tempo.
Os dias, entre os quais “o último dia” faz parte, são “iguais” no quesito “tempo”. Cada um dos dias dura mil anos, e é aqui que mora a curiosidade. O último dia é também descrito em Apocalipse como sendo o período em que Jesus e os ungidos governarão a terra por mil anos (Apocalipse 20:6). Temos então a duração do último dia. O que nos resta são os outros dias dessa escala de tempo. O primeiro dia é fácil de encontrar. Ele abrange o período da criação de Adão até o fim de mil anos da vida dele. Foi dito a Adão que, caso ele comesse do fruto proibido, ele morreria “no mesmo dia” (Gênesis 2:17). Adão morreu com 930 anos (Gênesis 5:5). Visto que cada um dos dias dura mil anos, Adão morreu, de fato, no mesmo dia, quer dizer, antes da conclusão dos primeiros mil anos da sua vida. O que valia para Adão, valia também para Eva. Só que, no caso dela, ela meio que estava em vantagem em relação a Adão por causa da data em que ela foi criada. Entendemos que ela era 50 anos mais nova que Adão. De modo que ela estava 50 anos à frente de Adão na questão “do dia”. Enquanto que o primeiro dia para Adão findava em 1000 anos, para ela o primeiro dia terminaria no ano 1050 da vida de Adão, mas seria 1000 anos de vida para ela. Assim, a palavra de Deus se cumpriu no caso dos dois porque ambos morreram antes de completarem 1000 anos, considerando a data de criação de cada um.
Temos então 2 dias, isto é, 2 mil anos dessa escala de tempo. Quantos dias faltam? Essa é uma escala de 7 dias porque envolve o fim do período criativo, que foi de 7 dias, durando cada dia desse período mil anos, totalizando 49 mil anos. Se temos o primeiro e o último dia do último dia “criativo”, que é o descanso de Deus, restam 5 dias de mil anos nessa contagem. O que manda nela, na verdade, é o último dia. Ao dizer que existe um último dia, sendo que cada um dos dias tem períodos de tempo iguais, temos a garantia de que as coisas têm de ocorrer dentro dessas escalas de tempo, nem um minuto a mais, nem a menos. Mas temos que assumir que ainda não entramos no último dia dessa escala. Isso nos coloca próximos do fim do sexto dia, ou seja, do sexto milênio a partir do início do descanso de Deus que se deu com a criação de Eva. Quando completar esse ciclo, começará então o “último dia”, onde Jesus assumirá o controle do mundo e o transformará em um paraíso com o apoio dos ungidos ressuscitados. Esse trabalho durará 1000 anos. Os cálculos, com base na lógica explanada em alguns artigos aqui na página, apontam para os anos de 2023 e 2024 para o fim do sexto milênio e o início do sétimo. Mas será que pode haver equívocos nesse entendimento? Vejamos.
O decreto dos 120 anos
Um detalhe no decreto estipulado por Deus em Genesis pode mudar o rumo dessa história. Vamos relembrar:
“Então, Jeová disse: “Meu espírito não terá tolerância com o homem indefinidamente, pois ele é apenas carne. Portanto, seus dias somarão 120 anos.”” (Gênesis 6:3) – TNM 2015.
Entendemos que esses 120 anos é a soma de 120 ciclos de 50 anos e totalizam 6000 anos na escala de tempo. Em Gênesis 6:3 Jeová fala de “soma de anos”. Isso sugere que, a partir do ponto em que ele fez esse decreto, algum período de tempo já havia passado. Entendemos que o total desse período foi de mil anos após a criação de Eva. Se Ele disse que “os anos do homem” somariam 120 anos, tendo-se passado mil anos quando ele fez o decreto, restavam nessa contagem cinco mil anos a partir dali. Mas, pelo visto, há coisas novas ocultas nesse decreto. Jeová falou que “seu espirito não teria tolerância” com “um certo tipo de homem”. Aí em Gênesis 6:3 Ele fala do homem como sendo “apenas carne”. A nota na TNM para esse versículo verte essa expressão assim: “age segundo a carne”, e é aqui que a coisa fica meio nebulosa porque o decreto de Deus aí é para esse tipo de homem. Quem é o homem que é apenas carne, ou, age de acordo com a carne? É o homem pecador. Isso sugere que esse decreto de 120 anos vale a partir do tempo em que o homem se tornou pecador, quer dizer, a partir do pecado de Adão e Eva. Foi a partir daí que o homem se tornou “apenas carne”, ou seja, começou a agir de acordo com a carne. Se assim for, de fato, é impossível definir um mês ou um ano específicos como limite do sistema de coisas porque não sabemos exatamente quando se deu o pecado de Adão e Eva. Mas com base em uma referência bíblica, podemos deduzir uma data aproximada. Vejamos.
Autorização para comer do fruto
Já vimos no início que Jeová havia proibido Adão e Eva de comerem do fruto, sob pena de morte, caso eles desobedecessem (Gênesis 2:17). Mas, ao que tudo indica, essa ordem não seria perpétua, visto que a inocência do casal, em algum momento, teria de ser rompida para que o propósito de Deus continuasse. A própria existência da árvore do conhecimento do que era bom e do que era mau sugeria isso. Ela tinha um propósito além do teste de obediência, a saber, dar a Adão e Eva tal conhecimento. Sem falar também que havia no jardim a árvore da vida (Gênesis 3:22). Pelo visto, o propósito de Deus era, em algum momento, autorizar o casal a comer da árvore do conhecimento, que de alguma forma biológica comprometeria o rejuvenescimento celular do corpo humano, e em seguida eles seriam orientados a comerem do fruto da árvore da vida, que por sua vez corrigiria o dano causado pelo fruto da árvore do conhecimento. Foi por esse motivo que Deus expulsou o casal do Éden após eles desobedecerem a ordem de não comer do fruto, para impedi-los de voltarem e comerem do fruto da árvore da vida e continuarem vivos (Gênesis 3:22). Mas então, quando, provavelmente, eles seriam autorizados a comerem do fruto da árvore do conhecimento?
Os primeiros anos de vida de Eva
Uma referência em Êxodo nos dá uma pista para isso. Ela não é cem por cento segura de se afirmar. Tem sua lógica sim, mas é o mais próximo que podemos chegar para deduzir quando, aproximadamente, Jeová autorizaria Adão e Eva a comerem do fruto. Veja:
“‘“Diga aos israelitas: ‘Se uma mulher ficar grávida e der à luz um menino, ela ficará impura por sete dias, assim como nos dias da sua impureza menstrual. 5 Se ela der à luz uma menina, ficará impura por 14 dias, assim como durante a sua menstruação. Ela continuará se purificando do sangue pelos próximos 66 dias. (Levítico 12:2, 5) – TNM 2015.
Aqui notamos mais uma vez o padrão da multiplicação do número sete. Enquanto que, para o nascimento de um menino, a mulher passaria sete dias se purificando, o período da purificação dobra no caso do nascimento de uma menina. Trazendo isso para a lógica da nossa consideração e aplicando a regra de “um dia por um ano”, poderíamos assumir que, provavelmente, após os 14 anos de idade de Eva, Jeová autorizaria o casal a comer do fruto da árvore do conhecimento. Isso se daria nos 15 anos de vida dela. Adão estaria então com 75 anos. Isso faz sentido porque o período menstrual da mulher se dá nos primeiros sete dias após se iniciar o ciclo, mas é no 14º dia desse período que ocorre a ovulação e a mulher pode ser fecundada e gerar filhos. A idade mais segura para isso seria a partir dos 15 anos, visto que as meninas começam a menstruar a partir dos 12 anos. Desse modo, o propósito de Jeová avançaria, cumprindo-se o decreto de Gênesis 1:28.
Percebemos aqui, mais uma vez, números bastante fortes nas escrituras. Existe uma tradição mundana que torna essa tese relevante. Nós a conhecemos como “a festa de debutante”, a festa de aniversário de 15 anos das meninas. Essa é uma festa pagã, com suas raízes na idade média. Entretanto, aquelas pessoas não inventaram essa festa por acaso. Ela se originou de alguma coisa. Seria isso, na verdade, um deboche do Diabo ao propósito original de Deus? Se tratando de quem o Diabo é, não surpreende que ele não perderia essa chance para ofender e insultar o Criador do homem e da mulher, e nada mais conveniente do que usar a própria criação de Deus para isso. Era como se ele dissesse para jeová todas vezes que os pais de uma menina realizam uma festa de debutante: “Olha aí o teu propósito que eu consegui frustrar. Aquela tua menininha não chegou aos 15 anos”. Eva chegou sim aos 15 anos, mas imperfeita e pecadora, junto com seu marido, do jeito que o Diabo queria. Se assim for, como fica os cálculos a partir de agora?
Novos prazos para o fim do sistema de coisas
Se o que acabamos de ver estiver certo, acrescenta-se mais 14 anos às datas de 2023 e 2024, estendendo a data limite para, no máximo, o ano 2038. Entretanto, vale lembrar que o decreto em Gênesis 6:3 para os 120 anos começa a partir do ano em que o homem se tornou pecador, ou seja, o ano em que o homem começou a agir segundo a carne. Isso pode ter ocorrido em qualquer ano dentro desses 14 anos iniciais. O casal pode ter pecado no primeiro ano da vida de Eva ou em qualquer outro, o 13º, talvez. Esse é um número que Satanás aprecia muito, mas não estamos afirmando que foi em tal ano. Não é seguro afirmar. Por isso, é impossível precisar exatamente qual ano é o do fim. Mas, é claro, tudo isso é válido se, e tão somente se esse novo entendimento estiver certo.
2023 e 2024 ainda são válidos
Entretanto, mesmo depois dessas considerações lógicas, os anos de 2023 e 2024 ainda continuam de pé como opção para o limite do sistema. Por quê? Porque essa nova regra é válida somente se os 120 anos em Gênesis 6:3 tiverem seu cumprimento segundo o que entendemos dele, isto é, se eles se aplicam em escala macro e abranjam o período do pecado de Adão até o limite final dos 120 anos, ao invés de ser, de fato, um cumprimento nos dias de Noé. Além disso, outra aplicação bíblica nos conecta ao ano de 2023 como sendo um ano marcante para a humanidade a partir de 10 de setembro deste ano. Trata-se das 2300 noites e manhãs que começaram em 20 de abril de 2017 e findam em 10 de setembro de 2023 (Daniel 8:13, 14). Esperamos que, nessa data, algo marcante aconteça em benefício do povo de Deus, especialmente na Rússia, com a restauração da adoração pura ao seu lugar correto.
O novo entendimento pode estar equivocado?
Para esse novo entendimento de Gênesis 6:3, nos baseamos na expressão “o homem que é apenas carne”, que recebeu de Deus a permissão de ser e agir assim por 120 anos. Acontece que Jeová usou a expressão “carne” mais de uma vez e a aplicou ao contexto dos dias de Noé. Na tradução de 1986, o texto diz assim:
“Depois, Deus disse a Noé: “Chegou o fim de toda a carne diante de mim, porque a terra está cheia de violência por causa deles; e eis que os arruíno juntamente com a terra.” (Gênesis 6:13) – TNM 1986.
Aqui Jeová fala “do fim de toda a carne” e a responsabiliza pelo auto índice de violência na terra. Essa “carne” aqui é relativa porque os animais também morreram no Dilúvio, e não apenas os homens maus. Também, essa “carne” não inclui Noé e sua família, pois eles não agiam de acordo com a carne. Para facilitar um pouco, veja como fica esse texto na tradução de 2015:
“Depois, Deus disse a Noé: “Decidi pôr um fim a toda a humanidade, porque a terra está cheia de violência por causa deles; por isso vou arruiná-los junto com a terra.” (Gênesis 6:13) – TNM 2015.
Aqui o termo “carne” é substituído por “toda a humanidade”. Mesmo assim, isso é relativo porque Noé e sua família faziam parte da humanidade e eles não morreram no Dilúvio. De modo que o termo “carne” parece ser mais apropriado, e visto que os animais também foram destruídos junto com os homens iníquos daquele tempo, outra referência bíblica fortalece o fato de Deus estar julgando homens que agiam de acordo com a carne. Veja:
“Mas estes [homens], iguais a animais irracionais, nascidos naturalmente para serem apanhados e destruídos, nas coisas em que são ignorantes e falam de modo ultrajante, sofrerão a destruição até mesmo no seu próprio [proceder de] destruição”. (2 Pedro 2:12) – TNM 1986.
Aqui o apóstolo Pedro faz uma analogia entre o destino de homens maus com o dos animais, e afirma que o fim dos animais irracionais é esse mesmo – serem apanhados e destruídos. Ou seja, os animais estão sujeitos ao homem, que por sua vez faz uso dessas almas para alimentar a sua. Então, quando Jeová destrói o homem junto com os animais no Dilúvio, Ele iguala os homens daquela geração a animais irracionais e os julga dignos do mesmo fim. Onde queremos chegar? Queremos entender se a citação em Gênesis 6:3, em paralelo com o versículo 13, tem aplicação nos dias de Noé porque, se assim for, o entendimento que vimos anteriormente não se aplica para o limite do sistema de coisas, mantendo os anos de 2023 e 2024 como opções válidas para o fim do sistema. Curiosamente, o contexto do texto diz o seguinte:
“Ora, sucedeu que, quando os homens principiaram a aumentar em número na superfície do solo e lhes nasceram filhas, 2 então os filhos do [verdadeiro] Deus começaram a notar as filhas dos homens, que elas eram bem-parecidas; e foram tomar para si esposas, a saber, todas as que escolheram. 3 Depois disso, Jeová disse: “Meu espírito não há de agir por tempo indefinido para com o homem, porquanto ele é carne. Concordemente, seus dias hão de somar cento e vinte anos.”” (Gênesis 6:1-3) – TNM 1986.
Vemos aqui que a fala de Jeová, classificando o homem como sendo apenas carne, se dá depois que anjos rebeldes descem para a terra, se materializam como homens, cansam-se com as mulheres e têm filhos com elas. Seria a citação de Jeová do “homem sendo apenas carne” em referência aos anjos materializados humanos e seus descendentes Nefilins? Pouco provável porque Ele sabia que, diante da destruição, aqueles anjos voltariam à condição espiritual para se livrarem da morte. Mas não seria essa fala de Deus uma garantia de que os anjos rebeldes não poderiam mais, a partir dali, materializarem corpos humanos, ficando eles impedindo por decreto de Deus de fazerem isso no futuro? Pelo visto, sim. E se assim for, o decreto dos 120 anos se aplica aos dias de Noé. Mas para o decreto dos 120 se aplicar exclusivamente aos anjos rebeldes e seus filhos Nefilins, era preciso que apenas eles fossem os causadores da ruína da terra. Eles foram os principais responsáveis por aquilo, é verdade, mas não foram os únicos. Pessoas “comuns”, descendentes de Adão, também o fizeram. A propósito, Jeová providenciou que uma pregação fosse feita em testemunho a toda a nação dos homens, que por sinal, não fez caso dos avisos de Deus (Mateus 24:39). Essa citação em Mateus é interessante porque fala de uma pregação de Noé e sua família para os seus contemporâneos com o propósito de salvar vidas, e essas vidas, com certeza, não incluía as dos os anjos rebeldes e as de seus filhos Nefilins, e sim os descendentes de Adão desencaminhados por eles. Isso nos traz de volta ao limite de 2023 e 2024 porque a aplicação do decreto dos 120 anos nos dias de Noé não altera o dia do descanso de Deus, que é de 7 mil anos. De modo que agora temos duas opções para o limite do sistema: 2023 e 2024, ou qualquer ano de 2038 para trás.
Em síntese, temos que “a carne” citada em Gênesis 6:3 pode ter duas aplicações. A primeira é o homem pecador, isto é, o pecado a partir de Adão em diante. E a segunda, a carne aplica-se aos anjos materializados, seus filhos Nefilins e o resto da humanidade pecadora dos tempos pré-diluvianos. No primeiro caso, o decreto dura 6000 anos. No segundo, o decreto dura 120 anos. Na segunda situação, mantem-se o limite do sistema de coisas em 2023 e 2024. No primeiro, o limite fixa em 2038 ou qualquer ano antes desse prazo. Para todos os casos, vale o seguinte conselho:
“Porque [a] visão ainda é para o tempo designado e prossegue arfando até o fim, e não mentirá. Ainda que se demore, continua na expectativa dela; pois cumprir-se-á sem falta. Não tardará.” (Habacuque 2:3) – TNM 2015.