A bíblia não diz quanto tempo durou a provação de Jó. Sabemos que a provação de Jó é dividida em duas partes. Na primeira, Satanás ataca os bens de Jó e mata os filhos dele. Tudo isso acontece em apenas um dia (Jó 1:13-20). Depois disso, passou algum tempo, talvez dias ou semanas, para o Diabo seguir com suas perversidades contra Jó. Para isso ele aproveitou as reuniões de Deus com os anjos no céu, e foi em uma dessas ocasiões que ele exigiu que Jó sofresse na carne. Assim, a provação de Jó seguiu adiante por um bom tempo, mas a bíblia não revela esse período de tempo. Entretanto, uma frase que Jó disse enquanto era provado pelo Diabo nos dá uma pista de quanto tempo durou a sua provação:
“Jó continuou seu discurso, dizendo: 2 “Quem me dera voltar aos meses passados, Aos dias em que Deus cuidava de mim.” (Jó 29:1, 2) – TNM 2015.
Por essa fala de Jó nós concluímos que a provação dele durou meses, um tempo suficiente para que o Diabo tentasse convence-lo de que ele tinha sido abandonado por Deus e que sua “nova situação” não mudaria mais para melhor, mas que ele seguiria assim até a sepultura. Isso significa também que a provação de Jó não durou um ano ou mais, pois, se fosse assim ele teria dito algo, como: “quem me dera voltar a um ano atrás”. Se fosse para especular, diríamos que a provação de Jó durou 6 meses exatos, não mais que isso, tendo em vista que ele falou que já estava há meses naquela situação; também, o número 6, na bíblia, está sempre associado a trabalho árduo ou a sofrimento, e neste último caso, o alvo é sempre um servo leal de Deus (Êxodo 20:11; Marcos 15:25, 34). Mas tem mais um detalhe interessante.
Alguns demônios sabem o futuro
Tão interessante quanto o período de tempo que durou a provação de Jó, é o tempo em que seus “amigos” Elifaz, Bildade e Zofar chegaram para lhe mostrar solidariedade. O relato diz que, depois de terem chegado, eles ficaram parados perto de Jó por sete dias e sete noites inteiros (Jó 2:13). Depois disso, o diálogo entre eles se desenvolveu e, pelo visto, toda a conversa que lemos no livro de Jó a partir do capítulo três durou apenas um dia. Chegamos a essa conclusão porque não há indícios de cortes entre as falas. O que isso significa? Bem, o relato diz que os amigos de Jó ficaram parados perto dele por sete dias e sete noites inteiros. Sendo assim, foi no oitavo dia que eles começaram a dialogar com Jó. Isso quer dizer que os amigos de Jó chegaram em seu destino oito dias antes do fim da provação de Jó. Isso é interessante porque o número oito tem um forte significado no espiritismo por ser o número sucessor do número sete, o número da perfeição. Isso significa também que o Diabo e alguns de seus demônios já sabiam quando a provação de Jó teria fim e deram um jeito de darem a cartada final na tentativa de lhe quebrar a integridade. E eles não perderam tempo. Oito ou nove dias antes do fim da provação de Jó, Satanás fez uma visita a Elifaz, um dos amigos de Jó, para preparar a mente daquele indivíduo com argumentos mortíferos a fim de tornar a situação de Jó ainda mais ruim (Jó 4:12-21). O Diabo foi na pessoa certa plantar a semente do mal. Pelo visto, aquele homem tinha certa afinidade com os espíritos iníquos porque, ao receber aquela visita, ele disse que “não reconheceu o aspecto do espírito iníquo” (Jó 4:16). Não se reconhece alguém sem que antes o tenhamos conhecido. Dizer que não reconheceu o aspecto do espírito indica que, ou o espírito era diferente de outros que ele já conhecia, ou que o espírito estava diferente de como ele o conhecia”. E assim, depois de destilar o veneno na mente de Elifaz, o Diabo deixou o resto por conta da sorte na esperança de que Jó cambalearia ante as palavras derrubadoras do maligno. Mas ele não teve sucesso. Jó fez justamente o oposto do que o Diabo esperava:
“Eu nunca os declararia justos! Até eu morrer não renunciarei à minha integridade!” (Jó 27:5) – TNM 2015.