O tribunal russo em Moscou decretou o que está sendo considerado pela imprensa europeia de ‘condenação histórica’ ao dar o veredicto de 6 anos de prisão a Dennis Christensen, dinamarquês testemunha de Jeová preso por agentes secretos russos em Maio de 2017 enquanto se reunia com correligionários em uma sessão de estudo da bíblia na pequena cidade de Oryol, localizada a 320 km ao sul de Moscou.
Em entrevista à AFP, Anton Bogdanov, advogado de Dennis, declarou: "O caso de Dennis Christensen é o teste decisivo para a liberdade religiosa, não apenas na região de Oryol, mas em toda a Rússia. Vale a pena notar que sei de meus colegas que até mesmo pesquisadores de outras regiões estão trabalhando em casos contra As Testemunhas de Jeová estão acompanhando o andamento deste caso, aguardando o seu desfecho ", afirmou o advogado.
É importante ressaltar que, ao proscrever as atividades legais das testemunhas de Jeová no país, o governo russo “permitiu” que eles continuassem se reunindo e praticando seus atos de fé naquilo que acreditam ser o ensino verdadeiro deixado por Jesus Cristo. O banimento, em tese, abrangeria apenas as entidades jurídicas legais que davam às testemunhas de Jeová o direito de terem prédios e edifícios em nome da entidade – Torre de Vigia – os quais eram reservados para fins religiosos, mais que foram confiscados progressivamente pelo governo russo após a decisão de 21 de Abril de 2017.
Ao que se ver, o governo russo achava que, confiscando os bens imóveis do grupo, os membros se dissipariam e a religião seria, por assim dizer, dissolvida, deixando de existir no país. No entanto, aconteceu o contrário. As testemunhas continuaram seguindo sua rotina teocrática em lares particulares e em alguns templos – Salões do Reino – cujo direito de posse legal ainda tramitava nos tribunais russos antes de estes serem “transferidos” para o governo. Foi dentro desse contexto que Dennis Christensen foi detido e preso enquanto se reunia com cerca de 100 membros da religião em Oryol.
De acordo com o site JW, o tribunal russo tentou condenar o religioso por mais de 50 vezes em que o mesmo foi obrigado a depor, mas, sem sucesso.
Após 575 dias preso, saiu nesta quarta-feira (06) a “condenação” de Dennis: 6 anos de prisão. Dennis é casado com uma testemunha de Jeová russa e reside há vários anos no país. Para o Centro Memorial dos Direitos Humanos em Moscou, Dennis é considerado um ‘prisioneiro político’ e ganhou da comissão esse status em 21 de Julho de 2017.
O advogado de Dennis confirmou que vai apelar do veredicto e avisou que a decisão estabelece um precedente perigoso, não só em Oryol, mas em toda a Rússia.
Agência Indicatu – SP/BR – 06/2019
Texto: Da redação
Com informações de: es.Euronews