No Brasil as coisas estão assim. Uma brincadeira de mau gosto vira moda e rapidamente viraliza nas redes sociais. De repente, aquilo que era uma simples brincadeira já está causando brigas, amizades rompidas, relacionamentos rachados e, no pior dos casos, levando à morte.
Uma coisa que se popularizou entre os jovens brasileiros nos últimos dias é a chamada ‘Brincadeira da rasteira’.
Ela funciona da seguinte forma: 3 jovens se juntam, sendo que 2 deles, por combinação, posicionam-se nas extremidades do trio para, quando todos derem um salto, os jovens da extremidade darem uma rasteira no que está no meio.
A brincadeira é de muito mal gosto e tem consequências extremamente sérias. Na inocência e desejo de está engajado no grupo e não se sentir excluído, alguns jovens acabam desconsiderando os bons conselhos dos pais e acabam entrando nesta ‘barca furada’, por assim dizer, que vai lhe custar a vida. Até o presente, há vários relatos de jovens que tiveram traumatismo craniano e outras fraturas graves por conta da “brincadeira”.
Nos casos mais graves, uma adolescente de apenas 16 anos morreu ao bater com a cabeça no chão, tendo traumatismo craniano ao participar de uma brincadeira “mais leve” do que a da rasteira com amigos durante o intervalo na escola. Em outros casos, jovens chegam a desmaiar após bater com a cabeça no piso. Um dos fatores que pesam para os efeitos colaterais da brincadeira é o chamado ‘‘elemento surpresa’’. Isso mesmo. Quando os jovens saltam e a vítima do meio leva o golpe, o corpo dela não está preparado para a força de natureza externa, que no caso é a rasteira, pegando-a de surpresa e sem jeito, causando-lhe um tombo desconcertante e fatal.
Por que o golpe é mortal?
No golpe, os pés da vítima, que já estão fora do chão, são levados para frente, elevando a parte inferior do corpo. A cabeça é sempre a primeira parte do corpo a atingir o chão e, dependendo da altura dos golpeadores e da vítima, o impacto pode ser ainda mais forte. Quando os golpeadores são maiores do que a vítima, suas pernas são mais longas, o que significa que as pernas da vítima serão elevadas em um nível ainda maior, tornando a parte superior do corpo totalmente indefesa e quase que de cabeça para baixo. Isso quer dizer que a vítima não terá chance de se proteger e que a pancada na cabeça será fatal.
Em outras épocas
Brincadeiras como essa sempre surgem entre os jovens ao longo das décadas e, na maior parte dos casos elas tendem a se propagar em escolas públicas entre adolescentes.
Na década de 90 surgiu uma brincadeira onde um jovem se posicionava agachado atrás da vítima enquanto o outro que estava em sua frente o empurrava para trás. Nesse caso, a queda era amortecida pelo corpo do jovem que servia como armadilha para a vítima, tornando a brincadeira, de certa forma, tolerável.
Agência Indicatu – SP/BR – 13/2020
Texto: Da redação