De surpresa e à portas fechadas, 25 senadores do congresso paraguaio se reuniram para uma votação que aprovaria a emenda constitucional a qual dava ao atual presidente, Horácio Cartes, o direito à reeleição no ano que vem, uma possibilidade que é vedada pela constituição do país.
Não demorou muito para que os paraguaios iniciassem o protesto para derrubar a emenda, e não só ela, como também o próprio congresso.
Os manifestantes entraram no parlamento e atearam fogo em tudo, espalhando o caos na cidade. Balas de borracha, canhões de água e gás lacrimogêneo foram usados pela polícia para conter e dissipar os manifestantes.
A votação no senado abre o caminho para que a reeleição à presidência seja permitida no país. Ela ainda precisa passar pela votação da câmara dos deputados, onde o atual presidente Horácio Cartes tem o apoio da maioria. A reunião que estava marcada para sábado, 01 de Abril, teve de ser adiada por conta dos protestos.
O motivo da confusão foi que em Agosto do ano passado uma proposta para permitir a reeleição foi rejeitada pelo parlamento paraguaio. O congresso deu o prazo de um ano para tratar do assunto novamente. Porém, parlamentares aliados do governo conseguiram modificar o regulamento e encaminhar a iniciativa para o congresso, visando a aprovação da emenda.
Depois de aprovada no congresso, o projeto precisa voltar para a câmara dos deputados. Se for aprovada também na câmara, o TSE do país convocará a população para um referendo para então decidir a questão definitivamente.