O Natal e Nabucodonosor: Ligando o Passado ao Presente
A relação entre o Natal e Nabucodonosor pode parecer inesperada à primeira vista. Contudo, ao examinarmos a história do cerco de Jerusalém pelos babilônios em 607 AEC, descobrimos conexões intrigantes com as tradições e festividades que moldaram o Natal como o conhecemos hoje.
O Cerco de Jerusalém: Data e Significado
O profeta Ezequiel registra em sua narrativa:
“No nono ano, no décimo mês, no dia dez do mês, recebi novamente a palavra de Jeová: ‘Filho do homem, registre esta data, a data de hoje. Exatamente neste dia o rei de Babilônia começou seu ataque contra Jerusalém.” (Ezequiel 24:1, 2) - TNM 2015.
Essa ordem para registrar a data enfatiza sua importância. Calculando os calendários antigos, o dia 10 do 10º mês do ano 609 AEC equivale, em nosso sistema atual, a 25 de dezembro de 609 AEC ou, segundo algumas fontes, 15 de janeiro de 608 AEC. No entanto, a escolha do dia 25 de dezembro é mais plausível, considerando os fortes laços dos babilônios com a astrologia e celebrações religiosas pagãs.
O Simbolismo do 25 de Dezembro
Para os babilônios, a escolha dessa data não seria aleatória. O dia 25 de dezembro era marcado por celebrações ao deus Sol, conhecido como Shamash entre os babilônios, Mitra entre os persas e Sol Invictus entre os romanos. Essas festividades não só honravam divindades solares, mas também simbolizavam renascimento e esperança, conceitos que mais tarde foram incorporados ao Natal cristão.
A Influência Babilônica nas Festividades Romanas
O império romano foi conhecido por absorver e reinterpretar as tradições culturais e religiosas das nações que conquistava. Festividades como a Saturnália, dedicada a Saturno, e o culto a Mitra influenciaram a escolha de 25 de dezembro como data para o Sol Invictus, e posteriormente como Natal.
A ligação entre o Natal e práticas pagãs babilônicas se torna ainda mais clara quando consideramos que o sistema religioso babilônico era fortemente baseado na astrologia, ciclos lunares e simbolismo numérico. Datas significativas como o 10º dia do 10º mês carregavam profundo significado espiritual.
Babilônia e Seu Sistema Religioso
Os babilônios tinham um panteão diversificado, incluindo:
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Marduk: Deus principal de Babilônia, associado à criação e ao poder.
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Shamash: Deus do Sol, relacionado à justiça.
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Ishtar: Deusa do amor e da guerra.
Suas celebrações religiosas frequentemente influenciavam decisões militares e políticas. O mês Tebetu, correspondente ao décimo mês, estava associado ao inverno e a rituais dedicados a Marduk. Assim, iniciar o cerco de Jerusalém no 10º dia desse mês pode ter sido visto como um ato auspicioso.
A Queda de Jerusalém e o Fim da Adoração Pura
A destruição de Jerusalém foi um marco na história, simbolizando o fim da adoração pura na terra. Jerusalém, com seu templo construído por Salomão, representava a presença do Deus verdadeiro, Jeová. Sua queda nas mãos de Nabucodonosor não apenas devastou o povo judeu, mas também destacou o poder do sistema religioso babilônico.
A Conexão com o Natal Moderno
A influência de Babilônia na escolha de datas comemorativas e nações subsequentes como Roma é inegável. Ao longo dos séculos, práticas religiosas pagãs foram incorporadas a festividades cristãs. O Natal, comemorado em 25 de dezembro, carrega resquícios dessas antigas tradições, ligando-o de forma surpreendente aos eventos ocorridos durante o cerco de Jerusalém.
Reflexão Final
Compreender a história por trás de datas e tradições como o Natal nos permite apreciar a complexidade cultural e religiosa que moldou o mundo moderno. Desde os babilônios até os romanos, cada civilização deixou sua marca, criando um legado que persiste até hoje.