Tiro de Putin saiu pela culatra – Testemunhas de Jeová estão preferindo serem presas à renunciarem a fé
Elas perdem a liberdade, bens e propriedades, mas não perdem a fé
As testemunhas de Jeová na Rússia estão preferindo serem presas ou mudarem de país à renunciarem a fé naquilo em que elas creem ser a forma certa de adorar O Criador e Autor da bíblia. Até agora já são cerca de 185 fiéis presos no país porque disseram não em renegar a fé e pelo menos outras 2 mil decidiram ou foram "obrigadas" a se mudarem para países vizinhos como a Ucrânia.
Há 1 ano e sete meses proscritas na Rússia, a rotina das fiéis testemunhas de Jeová nunca mais foi a mesma com as constantes inconveniências dispensadas aos cristãos por agentes da inteligência russa que invadem uma casa após outra munidos de documentos a serem escritos pelos membros da entidade, no qual a assinatura torna claro o manifesto de que a partir daquele momento elas se comprometem a não mais serem identificadas como testemunhas de Jeová ou fazer qualquer atividade que os identifique com o grupo.
As respostas dos fiéis têm sido unânimes: Não. Aos aplausos, testemunhas de Jeová condenadas a penas que variam de 1 a 5 anos de prisão, são honradas por correligionários em plenos tribunais russos por serem categóricas em dizer não à renúncia da sua fé.
Como opções, o governo tem dado aos “crentes”, como são chamados ali, a adesão à fé Ortodoxa, uma variante do catolicismo na Rússia. Caso aceitem, essas pessoas podem levar uma vida “tranquila” dentro dos padrões de tolerância religiosa daquelas permitidas pelo governo.
Mas, de acordo com os relatos, o tiro do presidente Putin saiu pela culatra ao tentar apaziguar seus ‘apadrinhados ortodoxos’, pois os fiéis testemunhas de Jeová estão preferindo irem para a prisão ou se mudarem para outro país à abandonarem a religião.
Essa não é a primeira vez que as testemunhas de Jeová na Rússia passam por esse tipo de situação. No fim da ‘Guerra Fria’ em 1991, o grupo enfrentou um período severo de proscrição que durou cerca de 3 anos. Alguns dos membros na época foram mandados para campos de refugiados na Sibéria ou tiveram suas propriedades confiscadas pelo governo. Outros sofreram maus tratos das autoridades e até acabaram morrendo por não concordarem em obedecer os ditames do regime totalitário que confrontava com a fé cristã ordenada nas escrituras. Mesmo assim, o grupo, como um todo, perseverou até conseguirem com a ajuda da CEDH o direito de praticarem a adoração de forma legal.
As testemunhas de Jeová na Rússia são um verdadeiro exemplo de lealdade, fidelidade e perseverança na atualidade que pode ser seguido, sem nenhum constrangimento, por qualquer pessoa.
Agência Indicatu – SP/BR – 18/11/2018
Texto: Da redação