Putin reconhece testemunhas de Jeová como cristãs, mas diz “não entender a fundo” a doutrina
Apesar das declarações, perseguição cruel aos cristãos continuam em todo o território russo
A declaração do presidente da Rússia, Vladmir Putin, foi dada durante uma reunião de conselho para o desenvolvimento da sociedade civil e direitos humanos realizada em 11 de Dezembro de 2018, mas só foi divulgada ao público agora, no site oficial do Kremlin.
Durante a sessão, foi levantada a questão que envolve o banimento das testemunhas de Jeová na Rússia, que estão incluídas numa lista de organizações terroristas composta de 404 entidades suspeitas. Destas, a “maioria são testemunhas de Jeová”. Questionado sobre isso, Putin respondeu a Ekaterina Shulman, ativista de direitos humanos: “Sobre as Testemunhas de Jeová. Talvez possamos, e até deveríamos, em algum momento, ser muito mais liberais em relação a membros de várias seitas religiosas, mas não devemos esquecer que nossa sociedade não é composta apenas de seitas religiosas. 90% dos cidadãos da Federação Russa, aproximadamente, consideram-se cristãos ortodoxos. Temos mais três praticamente tradicionais entre nossas religiões que o estado presta assistência. Devemos tratar os representantes de todas as religiões da mesma maneira - isso é verdade, mas ainda assim é necessário levar em conta o país e a sociedade em que vivemos. Verdade, isso não significa que devemos incluir representantes de comunidades religiosas em alguns [segmentos] destrutivos, nem mesmo em organizações terroristas. Claro, isso é um absurdo completo, você precisa lidar com isso cuidadosamente, aqui eu concordo com você. ” Um pouco mais tarde, o Presidente voltou ao assunto da perseguição às Testemunhas de Jeová: “As Testemunhas de Jeová também são cristãs, pelas quais não as entendo demais”, ou, “não conheço profundamente”.
No entanto, as declarações do presidente soam como uma espécie de “disfarce”, ante as perseguições constantes, violentas e flagrantes dispensada aos cristãos.
Os últimos relatos de abusos e invasões de autoridades russas a lares de testemunhas de Jeová datam do dia 19 de Abril deste ano (19), data em que os religiosos celebraram a morte de Jesus Cristo. Segundo as informações, agentes de segurança russos prenderam 5 cristãos acusados de declararem por escrito que eram pertencentes à religião.
Na cidade de Novosibirsk, agentes da FSB invadiram seis casas simultaneamente. Pela manhã, três pessoas foram presas em uma ação criminal. Foram eles: Alexander Seredkin, de 64 anos, Valery Maletskov, de 44 anos, e uma residente local, Marina Chaplykina. Em 21 de abril, o tribunal se recusou a investigá-los sob custódia e os homens foram enviados para prisão domiciliar. Inacreditavelmente, um investigador assumiu um compromisso escrito de não deixar o local da residência dos cristãos.
Esta ação visava impedir de qualquer forma que os cristãos realizassem a celebração da morte de Cristo, estando eles vigiados de perto 24 horas.
As informações completas desta ultima leva de perseguição às testemunhas de Jeová na Rússia estão no link do site jw em russo.
Fonte: Perseguição no dia 19 de Abril: https://jw-russia.org/news/19042220-777.html
Fonte: Declaração de Putin: https://jw-russia.org/news/18121716-544.html
Agência Indicatu – SP/BR – 25/04/2019
Texto: Da redação