Havia anéis de água em volta da terra. Nos estágios iniciais da criação – os dias criativos – mais precisamente no segundo dia, o Criador separou dois grandes corpos de águas. O marco divisório entre elas foi vastidão, ou os céus (Gênesis 1: 6-9). Por decreto de Deus, as águas abaixo da vastidão se agruparam em um só lugar, e neste ponto, um detalhe superinteressante desperta nossa curiosidade. Vejamos o texto na íntegra. Diz:
A separação das águas
“9 Então Deus disse: “Que as águas abaixo dos céus se ajuntem num só lugar, e apareça a terra seca.” E assim se deu. 10 Deus chamou a terra seca de “terra”, mas ao ajuntamento de águas ele chamou de “mares”. E Deus viu que era bom. (Gênesis 1: 9, 10).
O objeto da nossa curiosidade está na fala do Criador quando ele decretou que as águas abaixo dos céus se juntassem num só lugar. Essas águas eram fruto de um só corpo de água, agora separado. Por isso entendemos que as águas por cima da expansão, os céus, estavam dispostas em uma ordem diferente das águas abaixo deles. Não dá para precisar a disposição das águas ‘acima da expansão desde a criação delas até o Dilúvio. Mas, pela observação, é possível trabalharmos com pelo menos três linhas de raciocínio lógico especulativas para deduzirmos a ordem que aquelas águas estavam.
O ajuntamento das águas
Apesar de Deus decretar que as águas abaixo daqui se juntassem num só lugar, isso não quer dizer que as águas acima estavam desordenadas. Então, se a expansão é os céus e Deus pôs as águas acima deles, qual era a disposição dessas águas? As opções são: ou elas estavam dispostas em forma de anéis, ou elas embutiam a terra formando uma espécie de capa protetora. Uma outra opção é que talvez elas se erguiam como uma muralha aquática semi-curva.
As condições climáticas da terra com os anéis de água
Deus fez a terra para que o homem a povoasse de um polo a outro (Gênesis 1: 28). Para isso, um bom clima seria ideal para o planeta, além de garantir a segurança dos seres vivos. Por isso ele envolver a terra com os anéis de água. Ficaríamos protegidos dos nocivos raios solares e teríamos um clima agradável. Para isso, as águas fora da terra tinham de cobri-la em toda sua extensão. Se elas estavam dispostas em forma de anéis, era necessário que eles fossem espessos o bastante para cobrir a terra na sua altura.
Dizem que a terra tem 12.756 km de diâmetro. Fazendo a divisão desse número por dois, temos: 12.756 / 2 = 6.358 km. Ou seja, a espessura dos anéis de água deveria ser de 6.358 quilômetros de altura. Mas isso talvez variasse de acordo com a distância dos anéis de água entre a terra e o sol. Quanto mais longe da terra, menor seria sua espessura e maior a sua circunferência.
A espessura dos anéis
Para ilustrar, faça um teste com a lanterna do seu celular. Desenhe um círculo na parede representando a terra e afaste-se dela por 1 metro. Ponha os dedos indicador e médio em sentido horizontal na frente da lanterna. A sobra dos seus dedos representa a espessura dos anéis de água. Para aumentar ou diminuir a sombra, basta afastar ou aproximar os dedos da lanterna. Ao aproxima-los da luz, verá que a sombra fica maior, cobrindo o círculo na parede. Essa é a lógica para o propósito das águas acima da expansão, caso elas fossem anéis de água. Se sim, é possível que elas formassem um diâmetro cuja circunferência fosse além da lua. Deviam ser gigantescos.
Enquanto vivermos dentro do decreto hexamilenar estipulado por Deus, a terra, como era no início, continuará sendo apenas um sonho. Por isso o assunto em questão é se ‘as águas acima da expansão’ voltarão ao seu lugar de origem. Em uma de suas instruções aos apóstolos, as palavras de Jesus sugerem que sim. Vejamos.
A recriação
“Jesus lhes disse: “Eu lhes garanto: Na recriação, quando o Filho do Homem se sentar no seu trono glorioso, vocês que me seguiram se sentarão em 12 tronos e julgarão as 12 tribos de Israel.” (Mateus 19: 28).
Onde estão os anéis de água nessa fala de Jesus? Em uma palavra que envolve muito mais do que as águas acima da expansão. O segredo está na palavra “recriação”. Certo dicionário define ‘recriação’ da seguinte forma: ‘Ação de criar novamente, de produzir mais uma vez; ato de recriar. Ação de produzir uma nova versão de alguma coisa.’ Ao falar de “recriação”, Jesus estava se referindo da reversão das coisas como estão agora para o seu estado original. Isso inclui a vida de todos os seres vivos na terra, bem como suas estruturas e até a volta de justos e injustos na ressurreição.
O que Deus criará de novo? Tudo, incluindo espécies de animais extintas. A remoção das águas ‘acima da expansão’ provocou danos de graves proporções e consequências para o clima da terra e toda forma de vida nela. O propósito de Deus com aquilo foi corrigir defeitos mais graves de aspecto moral que envolvia a legitimidade da regência divina sobre sua criação. Covenientemente, o Criador achou por bem fazer desse jeito e concertar tudo depois. E deu certo. Após a remoção das águas acima da expansão, a vida humana encurtou para cerca de 100 anos, ou um pouco mais. Isso restringe a ação má de homens maus por muito tempo, dificultando a perpetuação sistemática da rebeldia de forma organizada.
Quando a terra terá anéis de água de novo?
Em que tempo provável as águas que estavam acima da expansão voltarão ao seu lugar de origem? O Dilúvio durou 40 dias e 40 noites sem parar caindo como aguaceiro, e seus efeitos continuaram sobre a terra por cerca de 1 ano. (Gênesis 7:12; 8:13) Coincidência ou não, o futuro Armagedom durará 45 dias, cinco dias a mais que o Dilúvio (Daniel 12:11, 12). O Armagedom será maior e mais forte que o Dilúvio. A diferença é que a destruição será seletiva, sem efeitos adversos para a terra, a criação animal e para os humanos obedientes (Gênesis 8: 21).
Esse evento também se dará depois que os reis da terra destruírem babilônia, a Grande, em 1 hora, isto é, em 15 dias de julgamento. Então, é possível que, durante esse período de ajuste de contas, período também conhecido como grande tribulação ele resolva concertar esse defeito. Se assim for, a situação se dará em ordem contrária à do Dilúvio. Desta vez, ao passo que destrói uma geração iníqua e sem fé, ele também reverte os efeitos da destruição diluviana. Aquilo custou a demolição da arte laboriosa de suas mãos. Talvez ele queira refazê-la.
Na sequência, a recriação seguirá o seu curso focando no propósito mais importante do arranjo divino – a restauração da humanidade imperfeita à sua condição original. Quando isso acontecer, todos os que tiverem escapado das mãos do rei do norte, terão o privilégio de viver nesse maravilhoso paraíso restaurado.