Porque o resgate de Jesus foi pago em troca das vidas das vítimas do pecado de Adão e Eva. Pecando, eles entraram par aa condição de sequestradores. O resgate de Jesus não fornece salvação para eles. Quando pecaram, Adão e Eva escolheram morrer, e isso não tinha volta (Gênesis 2:17). Além disso, o pecado era um ato de desobediência e deslealdade. Pecando, Adão e Eva não só escolheram um lado, [que não era o de Deus], mas o de um espírito que, naquele momento, se autodeclarava inimigo de Deus, seu Criador, como, também, vendia sua descendência ao cruel jugo do pecado e da morte para o qual eles passaram a ser serviçais. Por isso, o que se aplica a Adão e Eva, no quesito ‘salvação’, se aplica também ao Diabo e seus anjos. Eles não têm esperança de salvação porque ninguém morreu ou se entregou como resgate por eles para salva-los da morte. Nem teria como porque, nenhuma criatura perfeita, seja homem, seja espírito, ‘nasceu na injustiça’, isto é, nasceu numa condição que já a colocava sob a autoridade da morte. Eles eram justos e perfeitos, capazes de decidirem, por si mesmos, serem ou não leais a Deus. De modo que, ao pecarem, os dois grupos receberam a punição merecida: Satanás e seus anjos foram lançados no Tártaro, em trevas de profunda escuridão à espera da destruição eterna (2 Pedro 2:4). Já Adão e Eva, morreram “no mesmo dia”, quer dizer, morreram antes de completarem mil anos de vida (Gênesis 5:5).
O poder salvador do resgate
Vemos assim o quão poderoso é o resgate de Cristo para salvar pecadores. Quando meditamos no contexto inicial dessas coisas, percebemos que a possibilidade de um pecado de Adão e Eva destruiria toda a humanidade, sim, porque a humanidade, até então, era só eles dois. O que nasceria deles herdaria tudo o que era deles, fosse a perfeição ou o pecado, e depois a morte como consequência. Assim como no primeiro caso o ciclo se repetiria eternamente, o segundo também se repetiria. Se não fosse o resgate de Jesus para interromper o ciclo do pecado e da morte, a humanidade estaria condenada eternamente a viver nesse ciclo de nascer, crescer, envelhecer e morrer, e isso nunca teria fim. Mas isso não combina nem um pouco com a natureza amorosa de Jeová Deus. Ele não suportaria isso por muito tempo, claro, muito tempo do ponto de vista Dele. Nesse sentido, a teoria do inferno de fogo é derrubada de modo claro e lógico, pois, se Deus cuidou para que o ciclo do pecado e da morte, que causam tanta dor e sofrimento, fosse interrompido mediante o sacrifício de resgate de Jesus, como ele poderia “criar um inferno de fogo literal para atormentar eternamente pecadores não arrependidos”?! O inferno de fogo ‘literal’ é uma mentira inventada pela igreja e não faz nenhum sentido. Destarte, o resgate de Jesus faz-se poderoso porque ele desfaz todos os efeitos do pecado, e os benefícios desse resgate se estende ‘a todos os nascidos’ no pecado, desde Abel até os nossos dias. Por quê? Porque nascer no pecado é uma injustiça. Herdamos coisas que não pedimos para ter e que nem escolhemos ter. É por isso que todos os humanos, hoje, têm diante de si uma escolha a fazer:
“Tomo hoje os céus e a terra como testemunhas contra vocês de que pus diante de você a vida e a morte, a bênção e a maldição. Escolha a vida para continuar vivo, você e seus descendentes.” (Deuteronômio 30:19) – TNM 2015.
Por isso, assim como Adão e Eva, temos diante de nós uma escolha a fazer – viver ou morrer. Deus não pode interferir nas nossas escolhas; apenas dar conselhos, como fez com Adão e Eva (Gênesis 2:17).
Voltando ao caso do poder resgatador da vida sacrificial de Jesus, notamos que ele, qual cordeiro de Deus, fez o oposto da árvore do conhecimento, que causou a morte do primeiro casal humano. Logo, o sacrifício de Cristo equivale ao mesmo poder da árvore da vida, aquela que também foi posta por Deus no meio do jardim, mas que teve seu acesso aos humanos pecadores bloqueado por Deus após a rebelião de Adão e Eva (Gênesis 3:22). Em síntese, Jesus é para nós, hoje, a árvore da vida que havia no Éden. Quem comesse do fruto daquela árvore jamais morreria. No caso de Jesus, o poder curativo do pecado e da morte é equivalente a isso; e “por acaso”, ele mesmo fez essa afirmação:
“Nossos antepassados comeram o maná no deserto, assim como está escrito: ‘Ele lhes deu pão do céu para comer.’” 32 Então Jesus lhes disse: “Digo-lhes com toda a certeza: Moisés não lhes deu o pão do céu, mas o meu Pai lhes dá o verdadeiro pão do céu. 33 Porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo.” 34 Disseram-lhe, portanto: “Senhor, dê-nos sempre desse pão.” 35 Jesus lhes disse: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome, e quem exerce fé em mim nunca mais terá sede.” (João 6:31-35) – TNM 2015.
Vale lembrar que a palavra ‘pão’, aqui, não necessariamente é o pão feito de trigo ou cevada, e sim a qualquer alimento que mantém a pessoa viva. Até mesmo a água, algumas vezes, é descrita como sendo “pão”. Concordemente, o uso figurado do termo ‘pão’, no sentido de dar a vida, também é cabível e embasa as palavras de Jesus no texto citado em João. Veja:
“Mas ele respondeu: “Está escrito: ‘O homem não deve viver somente de pão, mas de toda palavra que vem da boca de Jeová.’”” (Mateus 4:4) – TNM 2015.
Ou seja, assim como o pão literal dá a vida ao individuo, as instruções de Deus fazem a mesma coisa, e elas provém Dele por meio da sua palavra, a bíblia, ditas e escritas pelos profetas que Ele usou, e Jesus foi o principal deles.
O privilégio de ser pecador
É privilégio ser pecador, ou, ter nascido na imperfeição e de pais pecadores? Sim e não. Sim porque Jeová fez por nós, pecadores, algo que nem mesmo o mais amoroso dos humanos faria – dar a vida do filho em troca de outros. O sacrifício de Jesus é a expressão material mais perfeita do amor. Não escolhemos ser pecadores, e por isso Deus nos amou e deu a vida do seu filho em troca da nossa para nos dar a vida que Adão e Eva, Satanás e os demônios desprezaram:
“Porque Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele exercer fé não seja destruído, mas tenha vida eterna.” (João 3:16) – TNM 2015.
Isso quer dizer que, ser imperfeito, ou pecador, é condição suficiente para se ser amado por Deus. E por que não é um privilégio ser pecador? Isso é óbvio – a imperfeição e o pecado só trazem dor e sofrimento. Mas isso tem prazo de validade, um prazo que falta pouco para vencer. O que interessa para nós, agora, é ganharmos o ingresso para a vida eterna na terra, para a maioria dos humanos. Para isso, é necessário exercer fé no filho, e para tanto, é preciso isto:
“Isto significa vida eterna: que conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e àquele que tu enviaste, Jesus Cristo.” (João 17:3) – TNM 2015.