Após a prisão do homem que supostamente “esfaqueou” o candidato à presidência da república, Jair Bolsonaro, circulam em veículos informativos na internet o boato de que o advogado do autor da facada, Zanone Manoel de Oliveira Júnior, foi contatado por integrantes das testemunhas de Jeová para fazer a defesa do mesmo.
Porém, as testemunhas de Jeová, dentro de todo esse contexto, o que inclui as motivações do crime, não se encaixam no perfil apropriado de quem pratica tais atos. Elas são conhecidas, principalmente, por dois comportamentos notórios, sendo um deles polêmico e motivo divergências ideológicas: o de não fazer parte da política. O outro, e o principal: elas são conhecidas por divulgarem publicamente a palavra de Deus de porta em porta, segundo o que elas creem ser a ordem de Jesus Cristo especificada no evangelho de Mateus 28:19,20.
A matéria publicada e replicada por vários veículos de informação relata que “um dos defensores do acusado informou que a defesa está sendo paga por uma igreja evangélica de Montes Claros (MG), onde o cliente nasceu”. Porém, as testemunhas de Jeová não são conhecidas como “evangélicos” segundo a insígnia dessa classe, fato que as colocaria em par de igualdade com o panteão de “igrejas evangélicas” espalhadas por todo o país. Antes, o nome que as designa simplesmente é o mesmo pelo qual são conhecidas.
Tática de opositores
Por ser a única religião no mundo que expulsa transgressores de mandamentos bíblicos condenados pelas escrituras, as testemunhas de Jeová são vítimas de ações constantes de opositores, na maioria ex-membros da denominação que se sentem injustiçados pela disciplina dada pela direção da organização religiosa. Até o momento não é possível saber se quem contatou a defesa do acusado foram de fato integrantes da religião ou opositores disfarçados com o intuito de denegrir a imagem da ordem religiosa.
A facada sem sangue
Polêmica nas redes sociais, a “facada” dada no candidato está envolta de mistérios, não apenas pelo ato estranho em si, como, também, pelo contexto em que tudo aconteceu. Ao que dá para ver nitidamente nos vídeos, o agressor segura a faca “quase que com a ponta dos dedos” e fere o parlamentar. Segundo, não há vestígios de sangue na roupa da vítima e muito menos na faca, fato que seria impossível, inclusive em casos de hemorragia interna, visto que o sangue “da pele” inevitavelmente teria deixado marcas, tanto na toalha jogada em cima do “ferimento”, quanto na mão do candidato que, pelas fotos, retira a mão do local da ferida, mas sem nenhuma marca de sangue em sua mão, bem como na blusa.
Os relatórios médicos também levantam suspeitas sobre o caso. Primeiro foi divulgado para a imprensa que teve acesso “exclusivo” às informações de que o golpe teria afetado o intestino delgado, fígado e pulmão. Mas nunca, em casos semelhantes, um ferimento desse tipo ocorreu sem sangramento externo e muito menos seria permitido ao paciente gravar vídeos em uma UTI “horas depois da cirurgia”, pois conversar exige demasiada força muscular abdominal e isso provocaria dores insuportáveis e com o risco de romper os pontos operatórios de quem realmente passa por um processo cirúrgico.
Segundo matéria da ISTO É, “o ferimento a faca no deputado federal e candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) fez com que ele perdesse 2,5 litros de sangue, o equivalente a 40% do volume sanguíneo de um ser humano médio”. Mas tudo isso sem sangramento externo e evidente. Estranho.
A facada com a ponta dos dedos
Como dito, é claramente visível que o autor segura a faca quase que com a ponta dos dedos e fere a vítima. Mas para que um golpe de faca causasse todos os danos em uma pessoa conforme o que foi divulgado pelos médicos, o golpe teria que ser firme e a postura do seu autor também. Pelo menos é isto que é ensinado nas academias de autodefesa e ataque, em situações de combate corpo a corpo. As imagens, porém, falam por si só.
A segurança
Segundo informações lidas em um vídeo gravado pelo professor Olavo de Carvalho, mentores desta trama estavam planejando um ataque ao candidato Jair Bolsonaro em Juiz de Fora com antecedência.
Após o atentado, a polícia federal divulgou nota informando que seria “impossível” fazer a segurança de alguém naquelas condições. Então pergunte-se: Você leitor, sabendo que correria o risco de ser assassinado em meio à uma multidão por falta de segurança e que estavam planejando pôr em execução este pensamento, correria esse risco?
A defesa
Segundo os relatos da imprensa, imediatamente surgiram quatro advogados para fazerem a defesa do acusado, que é pedreiro e estaria desempregado. Como isso seria possível? Para especuladores, isto levanta ainda mais as suspeitas de que “provavelmente” tudo pode ter sido meticulosamente arquitetado com meses de antecedência. Afinal, ferir um “militar” às vésperas do dia 7 de Setembro é um tanto quanto estranho, não acha?
A direção das testemunhas de Jeová provavelmente emitirá nota esclarecendo este assunto depois de colhidas todas as informações sobre o caso. Contrário do que fez a mídia de forma irresponsável, divulgando notícias de forma precipitada sem saber de todos os fatos, é prudente esperar até que o caso seja elucidado de forma justa e transparente, pois, manchar a imagem de uma organização religiosa respeitável, seja ela qual for, por um ato avulso e entrelaçado de mistérios, evidencia falta de profissionalismo e compromisso com a verdade.
Agência Indicatu – SP/BR – 08/2018
Texto: Da redação