O autor do atentado contra o parlamentar Jair Bolsonaro, em depoimento gravado pela justiça em Juiz de Fora, disse que sofreu agressões de vários tipos após ser preso depois de ter consumado o ato contra o presidenciável.
Uma das partes mais fortes do depoimento foi a fala do interrogado pela autoridade ali presente no trecho em que ele diz: “Muito desacato, digamos assim. Me chamam de bicha. Me chamam de veado. Disse que ia me colocar numa cela pra estuprado por um negão. Disse que eu tinha tentado matar os sonhos dele... muita agressão verbal”. Na fala, Adélio se refere ao autor dessa ameaça como “um dos líderes ali”, mas não fica claro se esse líder era alguma autoridade.
Quanto às motivações do crime, Adélio classificou da seguinte forma: “O incidente, o imprevisto que terminou, digamos assim, de forma problemática... Discordâncias em certos pontos. Diferentes pontos, digamos assim... éee... não saberia nem expressar... mas, o fato ocorreu.”
Ao ser interrogado sobre se “O viés é politico e religioso”, Adélio respondeu: “As duas coisas, eu diria. As duas coisas, entendeu, porque eu, como milhões de pessoas, pelo discurso da pessoa referida, me sinto ameaçado literalmente.”
Perguntado se teria medo de permanecer no interior do Ceresp em juiz de fora, Adélio diz: “olha, se depender dos internos não. Mas na maior parte dos agentes aí já é aquela intimidação contínua, a provocação, entendeu?... ”
Ao ser questionado sobre o uso de medicamentos controlados, Adélio afirmou que já havia tomado diversos tipos de medicamentos controlados e cita um comprimido que, segundo afirma, “derruba” em 15 minutos depois da ingestão do mesmo. O acusado ainda faz menção de outros medicamentos do tipo, mas de intensidade menor, porém de cunho psiquiátrico. Concluindo, ele afirmou que no momento não está fazendo uso regular desses medicamentos e que “já havia um bom tempo que ele não visita o médico”.
Agência Indicatu – SP/BR – 11/2018
Texto: Da redação