Abuso sexual entre as testemunhas de Jeová em São Paulo – o que é verdade e o que é mentira
Mídia e autoridades acusam a religião de acobertar casos de abusos sexuais. Veja o outro lado da história
Algumas curiosidades na bíblia parecem ser paradoxais demais a ponto de nos deixar encabulados.
Suponha que você é dono de uma empresa e contrata representantes para levar o nome dela a várias partes do mundo. As pessoas contratadas assinam um termo de responsabilidade no qual elas se comprometem a agir de acordo com as normas da corporação. Daí em diante, tudo o que fizerem enquanto no exercício das funções refletirá no nome que representam. Sua empresa é bastante renomada, tem um bom e longo histórico de boas prestações de serviço à sociedade e a confiança dos clientes que consomem seu(s) produto(s). Então, surge um forte concorrente que contrata pessoas altamente capacitadas para derrubar você, mas, por seu nome e produto serem fortes e a empresa ter ótimos operadores, só há um jeito de te derrubar: corromper seus funcionários e sabotar seus produtos. Traduzindo: pra vencer você, seu concorrente terá que ‘arruinar o seu nome’ e fazer com que ele passe a ser mal visto na sociedade. Com seu produto sabotado, adoecendo pessoas e seus antigos representantes agora falando mal de você, qual o jeito de concertar a situação? Fechar as portas da fábrica? Assumir um erro que “não foi seu”, mas que está refletindo em seu nome? Punir, processar e denunciar os culpados, ou jogar tudo pra debaixo do tapete, apagando as evidências com uma poderosa jogada de marketing para ludibriar o público e fazê-lo esquecer-se de todo o mal causado?
Deus é esse “empresário”, por assim dizer. Seus funcionários, ou representantes, ao longo da história foram reis e profetas que falavam em Seu nome para o povo Dele e às nações em volta. Muitos desses representantes – reis - se corromperam e fizeram coisas absolutamente condenáveis, improváveis de acontecer até nos dias de hoje, e levaram consigo multidões num proceder reprovável que exigiu de Deus uma ação enérgica. O “produto”, a palavra de Deus, foi sabotada. Entretanto, paradoxalmente Jeová Deus não encobriu nenhum dos casos envolvendo essas pessoas. Pelo contrário. Ele expôs a verdade registrando-a por escrito para servir de exemplo claro do que Ele aprova e reprova. Abandonar Deus a nação como um todo seria o equivalente a “baixar as portas da fábrica”. Fazer isso seria tudo o que seu concorrente queria - ter o caminho livre para se apossar da sua carteira de clientes adquirida a muito custo ao longo de anos de trabalho e investimento financeiro. Mas Deus não fez isso. Ele continuou aceitando que aquela nação fosse identificada como sendo pactuada com Ele apesar dos erros de alguns, até um tempo que Ele julgou apropriado substituir aquela nação por outra que tinha o desejo sincero de representa-lo e sujeitar-se aos seus padrões de moral.
Como no passado, hoje existe um povo na terra que é identificado com o nome de ‘Jeová’ – as testemunhas de Jeová – e, a partir de hoje, 07, entraram no foco da mídia brasileira e das autoridades com casos de denúncia de supostos pedofilia de crianças no estado de São Paulo. Órgãos de imprensa e autoridades acusam as testemunhas de Jeová de “acobertarem” os casos. O que é verdade e o que é mentira nisso? A verdade tem a ver com a metáfora supracitada. Queiramos ou não, o nome de Deus é Jeová e as pessoas que se identificam pelo Seu nome O representam. Como no passado, “não há nada escondido que não venha a ser exposto; nada cuidadosamente oculto que não venha à tona” (Marcos 4:22). Isso quer dizer que Deus não tolera atos abomináveis praticados por aqueles que estão próximos a Ele ou que levem o nome Dele e cuidará que, de um jeito ou de outro, através dos meios legais necessários, fará com que os culpados sejam punidos e nada ficará encoberto, como estão dizendo. Também é verdade que casos de abusos sexuais não se limitam apenas às testemunhas de Jeová ou outra denominação religiosa. Segundo as autoridades, isso é um problema geral que, na maioria dos casos, são praticados por pessoas próximas das vítimas, inclusive parentes. Colocar um grupo religioso com um bom histórico de serviço social em luz negativa com base em casos isolados da prática de um crime que, não deveria, mas que se tornou comum, soa como linchamento midiático que tem como fim destruir e arruinar um ‘Nome’, que todos sabem bem qual é. Sim, pois, os autores dessa prática repugnante têm seu nome próprio. Contudo, optaram por atacar e expor o nome da entidade que os supostos molestadores pertencem, ou pertenciam, entidade essa que leva o nome de Deus.
Então, o que é verdade e o que é mentira? A verdade é que apenas as vítimas poderão apontar os autores dos crimes e dar parte deles na justiça. E o que é mentira? Segundo declaração do corpo governante das testemunhas de Jeová, “não há nenhum incentivo ou ordem da direção geral nos Estados Unidos para que os anciãos silenciem, censurem ou expulsem as vítimas de abusos sexuais das congregações que elas estão associadas, e nem há orientações de que os anciãos são ordenados a intimidarem as vítimas desses abusos a não denunciarem o caso às autoridades, ou destruírem provas”.
Também é verdade que as testemunhas de Jeová brasileiras são agora a 2ª na lista de países do mundo com maior número de membros ativos e com uma perspectiva de ser a primeira do ranking mundial de publicadores, podendo chegar a milhões de adeptos nos próximos dias. A quem isso está incomodando? Isso pode explicar o alarido provocado por opositores da religião com o intuito de frear o avanço do grupo no país. Mas não é só isso. O sistema de coisas está apenas a 3 anos e alguns meses do fim. É de se esperar que os ataques do “concorrente” sejam cada vez mais ousados, profanos e em intervalos de tempo cada vez mais curtos.
Os supostos casos de abusos sexuais envolvendo membros da entidade ‘testemunhas de Jeová’ no Brasil estão sendo investigados pelo ministério público de São Paulo. Os culpados poderão responder na justiça e serem condenados, caso os crimes sejam comprovados.
Agência Indicatu – SP/BR – 07/03/2020
Texto: Da redação